Os golpes com criptomoedas crescem, mesmo com muita informação disponível

O caso entre os jogadores Gustavo Scarpa e William Bigode, nesta semana, vira outro alerta

O mercado de criptomoedas cresce exponencialmente no mundo inteiro. Diferentemente de outros setores, não há uma regulação central, cada membro é responsável por si e por suas moedas. É nesse ponto que investidores, em especial novatos, ficam vulneráveis e se deixam levar por cibercriminosos que aplicam golpes com os ativos.

A promessa de lucros fáceis e altos é o atrativo para os investidores, que muitas vezes dispensam uma pesquisa mais aprofundada no mercado e nas “empresas” envolvidas em troca de uma simples promessa de aumentar de forma fenomenal seu patromônio.

E se existe algo muito bem documentado nos últimos anos na área de investimentos são justamente os perigos das fraudes com criptomoedas. Uma simples pesquisa em sites da internet pode esclarecer muito sobre sobre o ramo de atividade.

Scarpa X Bigode
Nessa semana ficou exposto na mídia nacional o caso envolvendo dois jogadores de futebol bem famosos. São eles: Gustavo Scarpa, ex-Palmeiras e hoje defendendo o Nottingham Forest (Inglaterra), e William Bigode, também ex-jogador do Palmeiras e atualmente no Fluminense.

Scarpa, de acordo com as informações oficiais, investiu mais de R$ 6 milhões em uma empresa de criptomoedas chamada Xland. Os lucros prometidos a Scarpar poderiam chegar a 5% ao mês. A operação foi intermediada pelo escritório de William Bigode.

Levando-se em consideração o ganho máximo prometido e o montante investido, Scarpa em seis meses aumentaria seu patrimônio em mais de R$ 2 milhões.

Nada disso aconteceu. Tanto que Gustavo Scarpa não sabe o paradeiro de seu dinheiro e tomou ações legais, começando com um Boletim de Ocorrências, contra as empresas envolvidas. Mas esse é um processo que pode demorar algum tempo.

Os golpes
A comunidade de investidores em criptomoedas registrou pelo menos três tipos de golpes principais no universo cripto. É importante aprender a reconhecer esses golpes antes de se deixar seduzir por golpistas e acabar por perder dinheiro.

A maior parte dos golpes lança falsas ofertas para atrair quem ainda não conhece bem as transações em cripto.

Golpe do sorteio – Os golpes de sorteio de criptomoedas são falsas ofertas postadas em mensagens na internet, geralmente nas redes sociais, para convidar investidores a comprar criptomoedas em um endereço com a promessa de obter o dobro do investido ou mais em curto espaço de tempo.

Trading bots – O outro golpe com criptomoedas são os bots (robôs) de negociação fraudulentas (trading bots). Esse crime envolve plataformas que prometem a usuários retornos altos a cada mês. São sites que operam como um esquema de pirâmide Ponzi — o novo dinheiro que entra na base da pirâmide é usado para pagar as pessoas que investiram antes e estão chegando no topo. Porém, o golpe é consumado quando os criminosos acumulam fundos suficientes, desaparecem e despublicam a plataforma.

Email de phishing – É a tática mais utilizada pelos cibercriminosos. O vazamento de bancos de dados com nome, e-mail e outras informações sobre hábitos de consumo, tem deixado as pessoas mais vulneráveis. Os criminosos utilizam e-mails muito parecidos com empresas idôneas ou mesmo corretores de investimentos conhecidas para fazer ofertas de investimentos.

Rug pull – Golpe do puxão do tapete) é de deslealdade entre investidores de criptomoedas. O mercado de investimentos costuma estimular a “compra na baixa e venda na alta”, e este é o apelo que leva os investidores iniciais, ou nem tanto, a cair no golpe.

O golpe do puxão do tapete acontece quando o próprio desenvolvedor de um criptoativo compra grande parcela de sua moeda digital e provoca uma elevação importante no valor do ativo. A tendência de alta provoca interesse de outros investidores que compram a moeda. Quando há valorização, acontece a venda de cerca de 90%, o que derruba o preço do token.

Texto: Rogério Elias & Foto: Reprodução Instagram