Armadilha na rede, ‘Fake news’ atingem área de tomada de decisão do cérebro

Ansiedade gerada faz com que as pessoas compartilhem sem checar

texto: Evelin Azevedo/infoglobo | foto: pixabay

O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes gerou uma nova onda de ‘fake news’, informações falsas que circulam pela internet. Sem checar a veracidade do que recebem, milhares de pessoas compartilham mentiras em suas redes sociais, que, devido à grande repetição, acabam sendo vistas como verdade. Este tipo de comportamento, cada vez mais comum entre a população mundial, acontece porque, com a urgência de como as notícias são transmitidas, fica difícil discernir entre o verdadeiro e o falso.
De acordo com a neuropsicóloga Samara Ribeiro, ao receber uma nova informação, várias áreas do cérebro são ativadas através do córtex pré-frontal, o responsável pelas funções executivas como tomada de decisão, controle inibitório, planejamento, memória e atenção, o que possibilita uma melhor assimilação e acomodação da nova notícia.
“Frente ao contexto social que vivemos, notícias absurdas chamam mais atenção do que as corriqueiras, tanto pela forma de divulgação, quanto pelo comportamento da pessoa ao receber a notícia, que pode ser emotivo ou frustrante”, afirma a especialista em transtornos neurocognitivos.
Samara ainda alerta para o fato de, muitas vezes, as ‘fake news’ serem compartilhadas por pessoas de confiança, o que dificulta o questionamento.
“Quem recebeu, automaticamente, irá compartilhar acreditando na veracidade do fato” – diz .
A neuropsicóloga Liane Orsi, completa: “o ser humano possui uma necessidade de pertencer e engajar-se em grupos, assim afirmando sua identidade e crenças”.