Não basta ser magro, tem que queimar a barriguinha!

17 - Barriguinha

Gordura na região abdominal é fator de risco mesmo para quem está no peso

As pessoas que estão no peso ideal, mas têm uma barriguinha, podem estar sob risco de doenças cardíacas e metabólicas por conta da gordura localizada no abdômen. O alerta é de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Em trabalho publicado na revista ‘Scientific Reports’, eles estabelecem novo padrão de avaliação de risco, baseado somente na relação entre a cintura e estatura.

Já se sabia que pessoas com excesso de gordura no abdômen apresentavam risco aumentado de doenças cardiovasculares. A novidade do estudo foi dissociar esse acúmulo abdominal do sobrepeso e mostrar que a relação entre a medida da cintura e a altura de um indivíduo constitui por si só um indicador de risco.

Liderado pelo professor Vitor Valenti, o estudo investigou homens de 18 a 30 anos que se consideravam fisicamente ativos, não tinham sobrepeso nem histórico de doenças metabólicas (como diabetes) ou cardiovasculares. Aqueles com um índice de relação cintura-estatura mais alto tiveram menor capacidade de recuperação pós-esforço e uma resposta mais lenta dos mecanismos do sistema nervoso autônomo associados a doenças cardiovasculares.

A medida da cintura é tomada na altura da última costela, e o cálculo é feito pela divisão da circunferência abdominal pela altura da pessoa. Até agora, era considerada saudável a pessoa com resultado de até 0,5. O estudo indicou que resultados de 0,45 a 0,5 já são arriscados.

Segundo Valenti, a relação cintura-estatura é mais sensível do que o IMC (Índice de Massa Corporal, que é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado) porque este é muito geral. A gordura localizada no abdômen é considerada a pior de todos os tipos de adiposidade porque se acumula em volta dos órgãos e tem atividade metabólica. Ela libera ácidos graxos nas vísceras, danifica as células e está associada ao câncer, a doenças metabólicas e cardiovasculares, além de demências.

Texto: Ana Lucia Azevedo/todo extra | Foto:  pixabay