Meditação pode ser feita em todo lugar

Conheça as atividades mais recomendadas para cada tipo de problema

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Para meditar e ‘se encontrar’ é preciso estar sozinho, em um lugar silencioso. De preferência no alto de uma montanha. Certo? Não, pelo contrário. A prática pode ser realizada dentro do ônibus, indo para o trabalho, por exemplo, enquanto se usa o celular. Como o brasileiro não larga mais o aparelho, a meditação foi parar na palma da mão.
“O celular, quem diria, pode ajudar a encontrar o equilíbrio, a se conectar com os outros e com você mesmo. Qualquer pessoa que respire pode meditar. Mas isso deve ser feito em um momento só seu, sem interação com os outros” – diz o monge Satyanatha, que criou as 907 meditações do aplicativo Vivo Meditação.
A facilidade de acesso à prática por meio dos smartphones é aprovada pela psicóloga Evelyn Arruda Luz. Ela, que também dá aula de meditação guiada, afirma que a atividade ajuda a promover o autoconhecimento.
“Sua autoestima melhora e você passa a conhecer seus limites, seus reais objetivos. Facilita a construção do ‘eu’” – afirma a profissional, que completa: “psicologicamente, a meditação ajuda a reduzir aqueles medos irracionais que muitas pessoas têm. Quando você entra em contato consigo, eles são dissolvidos ao longo do tempo”.
A atividade, que envolve respiração e concentração, apresenta diversos benefícios para a saúde física e, por isso, já passou a ser recomendada também por médicos. A neurologista Irina Raicher, especialista em dor, sugere que seus pacientes pratiquem a meditação, como um tipo de tratamento complementar à medicina tradicional.
“Hoje, a saúde está sendo vista como um conceito mais geral: um estado de bem-estar físico, mental, emocional, social e espiritual. Todas essas técnicas permitem uma autopercepção do paciente”.

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depoimento

Engenheiro por formação, Davi Murbach, de 38 anos, é o monge Satyanatha. A ‘virada’ aconteceu aos 22 anos, quando trabalhava freneticamente em uma consultoria financeira, e percebeu que só se sentia pleno e feliz quando falava de espiritualidade. Largou tudo e foi estudar em um monastério indiano ortodoxo, por sete anos. Desde então, vem espalhando esse conhecimento pelo mundo.
“Dou aulas públicas e particulares de meditação. Viajo bastante. O equipamento é você mesmo. Não é uma prática excludente, todo mundo pode fazer” – conta Satyanatha, lembrando que a meditação tem vários níveis de intensidade.
“Você pode meditar de olhos abertos, sentindo a própria presença, ou pode estar em um nível tão profundo que sente uma conexão com o divino e com a natureza” – explica.
Satyanatha diz ainda que um dos segredos é pôr a mente no presente. “O passado é tristeza e saudade e o futuro é ansiedade. Hoje, sinto que estou no lugar certo, fazendo a coisa certa. Meu coração me valida. Mas se minha intuição disser outra coisa amanhã, vou primeiro e tento entender depois. A meditação melhora o mundo aos poquinhos”.