H1N1 e gripes levam a doenças secundárias

Pneumonia, otite e sinusite podem vir a reboque

A preocupação com a ‘temporada de gripes’ começa a rondar as casas na nova estação. Principalmente, com os quadros mais severos, como H1N1, que podem levar a doenças secundárias, com consequências graves. A mais comum é a pneumonia, mas é possível também que gripes fortes acarretem casos de otite e sinusite, além de agravarem asma, insuficiência cardíaca e diabetes.
As doenças secundárias podem ocorrer porque as gripes severas desregulam o metabolismo e reduzem a imunidade, segundo o infectologista do Hospital Oeste D’Or, Paulo Santos.
“No caso das complicações respiratórias, a inflamação das vias nasais também é um fator causal”, explica o médico, lembrando que crianças de até 2 anos, idosos e portadores de doenças crônicas estão mais propensos ao agravamento do
quadro.
Em geral, as doenças secundárias começam a se manifestar de sete a dez dias após o contágio da gripe, de acordo com o médico intensivista Márcio Viçoso, coordenador do CTI do Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador.
Para evitar que isso aconteça, é importante beber muita água e lavar bem as mãos. Se os sintomas de outras doenças começarem a aparecer, será preciso fazer avaliação médica.
A transmissão de gripes e resfriados se dá principalmente pela disseminação de gotículas que a pessoa infectada expele quando fala, tosse ou espirra. Superfícies e objetos infectados em ambientes frequentados por muitas pessoas, como escolas, empresas e transportes coletivos, também propiciam a contaminação.

08---Inverno

Atenção aOs riscos da automedicação

O inverno começou oficialmente na segunda-feira (20), mas o frio veio um pouco antes e já vem causando o crescimento das doenças respiratórias. A estação mais fria do ano traz com ela baixa umidade, resfriamento do ar, proliferação de vírus e um perigoso aumento de automedicação.
“Quando aparece uma dor de cabeça ou um resfriado, não vamos ao médico, vamos à farmácia”, diz o clínico geral Luiz Roberto Fernandes.
O médico ressalta que a automedicação não é proibida, o problema é o uso excessivo.
No inverno, doenças, como gripe, resfriado, rinite, sinusite e bronquite triplicam, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somando a falta de informação à precariedade dos serviços públicos, o resultado é que três em cada quatro brasileiros se automedicam. Os principais remédios usados em automedicação, são os antitérmicos, analgésicos, anti-inflamatórios e xaropes para tosse .
O chefe da clínica médica do Hospital Rios D’Or, Mauro Castanharo, ressaltou que um dos principais riscos é o diagnóstico tardio.
“As pessoas postergam à procura pelo médico. E isso pode adiar o diagnóstico de doenças mais
graves”.
Os profissionais ressaltam que a vacinação e simples cuidados com a higiene evitam doenças.

RISCOS
Analgésicos e anti-inflamatórios: os analgésicos são usados para dores leves e moderadas, como a dor de cabeça. Os anti-inflamatórios combatem dores decorrentes de inflamações. O uso indiscriminado pode agravar problemas gástricos, ter ação anticoagulante, provocar hemorragias, prejudicar pacientes com problema cardíaco ou renal e agravar a hipertensão.
antitérmicos: Os antitérmicos são usados para diminuir e estabilizar a temperatura do corpo. Pessoas com reação alérgica, ao usar o antitérmico, podem sofrer edemas (inchaço) da glote, impedindo a passagem de ar para os pulmões, e
coceira.
Descongestionante nasal: usado quando o nariz entope, o descongestionante usado constantemente pode causar taquicardia, elevação da pressão arterial, dependência e rinite medicamentosa.