Frankfurt em dois tempos – Alemanha

Por 6,50 euros você sobe os 56 andares da Main Tower

Main Tower em Frankfurt oferece aos visitantes da cidade a oportunidade de conhecer um lugar muito mais atrativo e verde do que se imagina
Main Tower em Frankfurt oferece aos visitantes da cidade a oportunidade de conhecer um lugar muito mais atrativo e verde do que se imagina

Uma das cidades mais injustiçadas da Alemanha, Frankfurt raramente é o destino número 1 dos brasileiros que querem conhecer o país. Berlim, Munique, Colônia, Dresden, Leipzig, entre outras, sempre aparecem primeiro. Mas é uma pena. Da próxima vez que for a alguma das inúmeras e gigantescas feiras realizadas na cidade, como o Salão do Automóvel ou a Feira do Livro, ou mesmo se seu voo fizer conexão lá – afinal, vale lembrar que Frankfurt é um dos principais hubs da Europa -, considere ficar para o fim de semana.
Para além de sua vocação econômica – e a estátua do euro, localizada entre a antiga sede do Banco Central Europeu e a Ópera, comprova que estamos no centro financeiro da Alemanha -, Frankfurt é uma delícia de cidade em qualquer época do ano. No inverno gélido e branco, os mercados de Natal são obrigatórios. E o vinho quente sempre ajuda a encarar as temperaturas negativas. No verão, aproveite para caminhar pela margem do rio, pelos calçadões, parques e praças. E não perca os inúmeros eventos e festivais ao ar livre.
A cidade deve ficar ainda mais interessante nos próximos anos. Um projeto, já em execução, vai dar novo fôlego para o centro histórico, com 15 reformas e 20 novas construções em estilo medieval no entorno do Römer, prédio onde fica a sede da prefeitura há mais de 600 anos. Previsto para ser concluído no fim de 2017, o quarteirão DomRömer terá 7 mil metros quadrados e prevê também áreas de moradia e claro, muitas lojas.
Enquanto a obra não fica pronta, montamos um roteiro básico para percorrer três regiões principais da cidade: a boêmia Banhofsviertel, a preservada Sachsenhausen e o centro, dividido entre Innerstadt e Altstadt. Se quiser seguir viagem depois, há trens saindo para dezenas de destinos dentro e fora da Alemanha do próprio
aeroporto.

Banhofsviertel
Conhecido também como o distrito da luz vermelha, Banhofsviertel fica na região da estação central Hauptbahnhof. Nas décadas de 1980 e 1990, o local ficou famoso por seus bordéis e o alto consumo de drogas – até que uma das mais progressistas políticas de redução de danos na Alemanha teve início e já apresenta bons resultados. Mas os antigos habitués ainda estão por lá, e se misturam com jovens e turistas em busca de hospedagem e alimentação mais acessíveis.
Onde comer: Se gostar de comida turca, que é bem comum na Alemanha, experimente o fast-food Bayram Kebap-Haus (Münchener Strasse, 29). Uma opção interessante é a pizza turca: com ¤ 5, você come bem e sai satisfeito. Se preferir frutos do mar, a dica é o restaurante Hamsilos Fuat Akkoc (Münchener Strasse, 28), onde é possível escolher, no balcão, o que chegará à sua mesa.
Mais adiante, fica o Fleming’s Hotel Deluxe Frankfurt City, que tem um charmoso restaurante na cobertura, com terraço aberto. O pato com molho de vinho e romã sai por ¤ 26 e o atum com risoto de pesto, ¤ 29. A atração especial é o histórico elevador que leva o visitante até o terraço – e que fica rodando direto, sem parada e sem porta. Você pula para entrar e pula para sair. Uma experiência bastante divertida.
Skyline: Para uma vista panorâmica e incrível da cidade, suba os 56 andares da Main Tower (maintower.de/en). A menos que você tenha medo de altura, não vai se arrepender.
Um pouco de música: Não muito longe, na Willy Brandt Platz (em homenagem ao ex-chanceler e prêmio Nobel), fica a nova Casa de Ópera. Se passar por lá à noite e estiver tendo alguma montagem, será possível ouvir um pouco da rua e ver o movimento do novo prédio todo envidraçado. Ali pertinho, fica a ópera antiga, também em funcionamento, que, para contrariar o nome, apresenta musicais e espetáculos mais
contemporâneos.

Sachsenhausen
Deixando a agitada região da estação central para trás e atravessando o Rio Main, chegamos a Sachsenhausen, um bairro do século 12 e um dos raros espaços da cidade não totalmente destruído na Segunda Guerra. Ali, à margem do rio, há mais de uma dezena de museus com as mais diferentes abordagens, chamado de Museumsufer.
Museu Städel: O Städel abarca mais de 700 anos de arte europeia e foca no Renascimento, Barroco e Arte Moderna. São 3 mil pinturas, 600 esculturas, 4 mil fotografias e mais de 100 mil desenhos e gravuras de grandes artistas como Dürer, Botticelli, Rembrandt, Vermeer, Monet, Picasso, Giacometti e Francis Bacon. Ingresso a 14 euros.
Se estiver na cidade entre 26 e 28 de agosto, aproveite o Embankment Festival, que celebra os museus no entorno do Rio Main com festas, gastronomia, arte e música, além de tarifas especiais para visitar os acervos. A celebração termina com uma queima de fogos no domingo.
Onde comer: A uma caminhada do Städel, chega-se à Schweizer Strasse, rua repleta de bares – especialmente os que se dedicam à produção e venda de cidra, bebida tradicional em Frankfurt servida em bembel, jarrinha típica de diferentes tamanhos. No número 67, fica a Zum Gemalten Haus, aberta das 10 da manhã à meia-noite. Ali, a taça da cidra vale 1,80 euro e um prato de salsichas com chucrute, 4,80 euros. Se quiser provar um pouco de cada especialidade, um prato misto sai por 30,10 euros, para dois.
Depois, é só caminhar pelas ruas estreitas de paralelepípedo e parar em um dos inúmeros bares, tavernas e pubs para mais um drinque nesta que é uma das mais boêmias regiões de Frankfurt.