Estreia mundial – Liga da Justiça

Gal Gadot volta a interpretar a Mulher-Maravilha

Texto: Pedro Antunes/infoglobo | Foto: divulgação

Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato de altruísmo de Superman, Bruce Wayne busca a ajuda de sua nova aliada, Diana Prince, para encarar um inimigo ainda maior. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha trabalham rapidamente para encontrar e recrutar um time de meta-humanos para encarar essa ameaça recém-desperta. Mas apesar da formação dessa liga sem precedentes de heróis – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Ciborgue e Flash – talvez seja tarde demais para salvar o planeta de um ataque de proporções catastróficas.
Liga da Justiça foi dirigido por Zack Snyder a partir do roteiro de Chris Terrio e Joss Whedon e história de Terrio & Snyder. Baseado nos personagens da DC; Superman criado por Jerry Siegel e Joe Shuster. Charles Roven, Deborah Snyder, Jon Berg e Geoff Johns produziram o filme com os produtores executivos Jim Rowe, Wesley Coller, Curtis Kanemoto, Chris Terrio e Ben Affleck.
Três noites antes percorrer mais um tapete vermelho estendido na entrada de um cinema para a estreia de Liga da Justiça, no início desse mês, em uma gélida Londres – cuja temperatura se aproximava do 0º C –, Gal Gadot ouviu de um amigo a teoria de que o filme protagonizado por ela, Mulher-Maravilha, lançado em junho deste ano, havia mudado o jogo de Hollywood para sempre – e para o bem.
Depois de experiências positivas com protagonistas femininas no cinemão blockbuster, principalmente com a franquia Jogos Vorazes, de Jennifer Lawrence, o longa-metragem dirigido por Patty Jenkins, enfim, mexia no universo dos super-heróis que mais parecia um vestiário masculino.
Tantas produções depois, uma personagem feminina, uma heroína, ganhou o lugar de maior destaque do cartaz – e que passa com louvor pelo teste de Bechdel, aquele criado para determinar o papel das personagens femininas em produções de cinema e televisão independentemente de pares masculinos.
“Ele me disse que, mesmo subconscientemente, aquele filme transformou as coisas. Como se ele tivesse sido um gatilho para que algo mudasse”, conta Gal, sentada em uma das duas poltronas posicionadas no centro do quarto decorado como o local de trabalho da arqueóloga Diana Prince, a versão ‘civil’ da Mulher-Maravilha – sim, heróis também têm empregos. “E, dias depois, estamos conversando aqui de novo. Isso me faz pensar que talvez seja verdade.”
A presença da força do feminino no Clube do Bolinha mais rentável (os filmes de heróis) de um ambiente já exageradamente machista e abusivo (Hollywood) é fundamental no discurso de igualdade de gêneros. Coincidência ou não, meses depois de Mulher-Maravilha, o filme, o antigo sistema parece ter rachado.
Carreiras de abusadores passaram a afundar, um a um, a partir das denúncias contra o produtor todo-poderoso Harvey Weinstein. Vimos tombos enormes, como de Kevin Spacey, chutado para fora da série House of Cards e carta fora do baralho de Hollywood.
“Se for isso mesmo, eu fico feliz”, diz Gadot. “Acho que a ideia de alguém usar o poder que tem para manipular e conseguir algo de alguém contra a vontade dela é inaceitável. Apoio a todos aqueles que estão passando a limpo e torço para que essa mentalidade mude logo.”
Naquele dia 4 de novembro, um sábado gelado de outono, a garoa umedecia as ruas da capital da Inglaterra, e Gal Gadot estava em pé, fora da cama do hotel onde foi hospedada pela Warner Bros., a partir das 7h.
Três horas depois, já de vestido preto pouco acima da altura do joelho, cabelos longos bem escovados e presos em um rabo de cavalo, a atriz de 32 anos e mãe de duas filhas estava pronta para o segundo dia de entrevistas organizadas para falar sobre Liga da Justiça, a sua terceira vez como a Mulher-Maravilha nos cinemas – cuja estreia no Brasil ocorreu na quinta-feira (16).
Faria a função até o fim daquele dia, quando ocorreria em Londres a pré-estreia do longa que, pela primeira vez, reúne o time de super-heróis do qual fazem parte a personagem dela, Batman, Superman, Flash e Ciborgue.
Ainda que seu currículo não seja tão extenso quanto do colega e ganhador do Oscar Ben Affleck, que interpreta Bruce Wayne/Batman no longa, é ela quem monopolizava os pedidos de entrevistas exclusivas dos jornalistas do mundo inteiro convidados para participar do lançamento do filme responsável por estabelecer, de vez, o que é chamado de Universo Cinematográfico da editora de quadrinhos DC Comics, rival da Marvel e seus poderosos Thor, Homem de Ferro e Capitão América.