Entre mar e rio na graciosa aracaju

Conheça a região de Mangue Seco, terra de Tieta

Localizada à beira do Rio Vaza Barris, a Orla do Pôr do Sol encanta e impressiona todos que a visitam por seu incrível e fantástico pôr do sol  TEXTO: Claudio Marques/ae | fotos: divulgação
Localizada à beira do Rio Vaza Barris, a Orla do Pôr do Sol encanta e impressiona todos que a visitam por seu incrível e fantástico pôr do sol
TEXTO: Claudio Marques/ae | fotos: divulgação

Com o sol da manhã no céu transbordante de azul, o catamarã navega tranquilamente ao longo do Rio Vaza-Barris em meio à paisagem natural dos mangues. Levado pelo leve balanço das águas, pelo calor e pelo vento no rosto, o visitante vai se deixando invadir por uma sensação fluida, agradável. À medida que o passeio prossegue, primeiro na parada no banco de areia chamado Croa do Goré, e depois na visita à Ilha dos Namorados, na foz do rio, aquela sensação gostosa se cristaliza em certeza: Aracaju, a capital do pequeno Estado de Sergipe, é uma agradável e acolhedora surpresa, pronta para ser apreciada em qualquer época do ano.
O Vaza-Barris, fora da área urbana, limita ao sul o município de 632 mil habitantes. O passeio de três horas pelo rio é bom começo para entrar no ritmo de uma viagem de descanso. Embalado pelo som do forró, o catamarã Croa do Goré parte do atracadouro na Orla do Pôr do Sol, em Mosqueiro.
Em 30 minutos de trajeto já estamos na Croa do Goré. Quando chegamos, o banco de areia estava levemente submerso, assim como as cadeiras, redes e pés das mesas, tornando ainda mais peculiar a atração. Para o turista, o melhor dos mundos: água limpa e agradável, sol do Nordeste, cerveja. Aquele pedaço de alegria ainda oferece atrativos menos preguiçosos como um passeio em stand up pad-
dle. Mas não se acanhe se quiser apenas se banhar e relaxar.
A próxima parada é chamada pela população de Ilha dos Namorados. Trata-se de um gigantesco banco de areia situado na desembocadura do rio e, diferentemente da Croa, tem uma longa extensão sempre acima da linha d’água. A vista é ainda mais reconfortante. Rio e mata de um lado, pássaros acima e, ao fundo, as ondas do mar agitado. Em uma caminhada, vai-se descobrindo novos ângulos da paisagem, como a vista parcial da Praia do Mosqueiro. Quem, a essa altura, ainda lembra de trabalho, congestionamentos, contas a pagar?
Na volta, revitalizados pelo encontro com as águas, é hora de aproveitar as atrações da orla perto do atracadouro, entre as quais o passeio de stand up paddle ao pôr do sol é uma das preferidas de moradores e turistas. Estar sobre as águas enquanto as luzes do fim de tarde vão tingindo de laranja o céu e o rio, e a mata vai se escondendo no lusco-fusco é como fazer parte da pintura de um artista impressionista.
Um dos mais belos cartões-postais de Aracaju, a Orla do Pôr do Sol tem um calçadão de cerca de 600 metros de extensão à beira do Vaza-Barris. Aos sábados, recebe uma feira de artesanato e de comidas típicas, grupos musicais da região e o show de Valtinho do Acordeão tocando Luiz Gonzaga e até o Bolero de Ravel dentro de um bote ancorado perto da margem.
A praia de Atalaia, no Oeano Atlântico revoltoso, é o principal ponto turístico da área urbana, onde está o maior número de hotéis. A cidade tem outras atrações como o interativo Museu da Gente Sergipana, o complexo de mercados municipais, boa oferta de restaurantes e bares, em que peixes e caranguejos fazem a alegria do visitante. Aracaju funciona ainda como hub para bate-voltas: ao Cânion do Xingó, à cidade histórica de São Cristóvão, primeira capital do Estado, e, em direção ao sul pelo litoral, mas já na Bahia, o mítico povoado de Mangue Seco, cenário para a novela e o filme Tieta, baseados no livro de Jorge Amado.
MANGUE SECO
Cerca de 70 quilômetros ao sul da capital sergipana, mas já no Estado da Bahia, está um dos vilarejos nordestinos de praia que povoam o imaginário popular brasileiro. Mangue Seco viu sua fama crescer e se espalhar desde que virou cenário de Tieta, nas versões novela e filme, adaptações da obra do escritor Jorge Amado.
O percurso leva uma hora até o atracadouro no Rio Piauí, ao lado da ponte Gilberto Amado, no município de Estância. O trajeto de escuna pelas águas azuis, onde o mar e os Rios Piauí e Real se encontram, proporciona uma gostosa expectativa de que o melhor ainda está por vir.
A chegada ao povoado baiano é uma imersão na tranquilidade – pelo menos até o momento em que
buggys começam a levar os visitantes para o indispensável passeio pelas dunas. Estrategicamente encravado entre rios, Mangue Seco é rodeado por uma vegetação típica que as dunas protegem do mar. Do alto das dunas mais elevadas, a vista é de sonhos.
O passeio de buggy segue pela areia da praia até um quiosque com bebidas e petiscos servidos sob guarda-sóis, e redes para quem quiser curtir a preguiça no indolente sonho tropical.