Economia vai além do motor eficiente

Reduzir o consumo de combustível e, consequentemente, as emissões de poluentes por veículos vai além de fazer alterações no motor. O uso de alumínio tornou-se um aliado das montadoras, especialmente nos países do Hemisfério Norte, onde as leis são bem rígidas e os carros, muito requintados.
O primeiro modelo feito quase totalmente desse metal foi o A8, lançado na primeira metade dos anos 90. No sedã, a liga só não estava em partes que não podiam ser feitas desse material, como engrenagens, elementos soldados e parafusados ao monobloco. “O alumínio permitiu deixar o A8 entre 300 e 400 quilos mais leve (na comparação com o aço)”, diz o consultor técnico da Audi, Lothar Werninghaus.
Desde então, há cada vez mais carros feitos com esse metal – no ano passado, a picape Ford F-150, veículo mais vendido do mundo, passou a ser feita de alumínio. De acordo com informações da fabricante, com isso o peso da ‘grandalhona’ F-150 foi reduzido em cerca de 300 kg em relação a um modelo igual feito de aço.
As montadoras desenvolvem estudos em outras frentes, como o aço de alta resistência. “Ele é mais fino que o convencional e, portanto, mais leve”, diz Werninghaus. “Outra vantagem é que sua produção exige menos energia que a do alumínio.” O chassi da F-150 é feito desse material.
A combinação dos dois metais também é utilizada na produção de diversos tipos de carros. “A nova geração do TT é mais leve que a anterior, que usava mais alumínio, graças ao uso de aços mais elaborados.”
O senão é que, em modelos menores, o alumínio pode ser um limitador. “Se o carro for muito leve, os pneus perderão contato com o piso em alta velocidade”, diz Werninghaus.
O sedã Jaguar XE, por exemplo, tem 75% da carroceria feita de alumínio. O aço dos outros 25% serve para garantir a boa dirigibilidade.
Mesmo com o aumento da escala, esses metais ainda são caros e, portanto, inviáveis para a maioria dos veículos. Em ‘populares’, como os VW Up! e Polo europeus, apenas algumas peças são desses materiais.