Doença periodontal pode trazer danos ao corpo todo

Sangramento da gengiva é o principal sintoma da infecção bacteriana

texto: Ana Paula Blower/infoglobo
texto: Ana Paula Blower/infoglobo

A doença periodontal, uma infecção de origem bacteriana, pode passar desapercebida por não causar dor. O principal sintoma, o sangramento da gengiva, pode ser encarado como algo que ‘vai passar’. Mas dentistas alertam que é preciso cuidado, já que as bactérias podem infectar outros órgãos do corpo.
“Por conta da doença, pode-se ingerir uma bactéria forte que vai para outros órgãos. E aí podem ser desenvolvidos problemas mais sérios, que não se imagina terem vindo da boca. Essas bactérias causam estrago no organismo” – alerta a dentista Josi Robaina da clínica Lumina Smile, que lembra que o cuidado deve ser ainda maior por parte de diabéticos e fumantes.
Uma das causas da doença é a falta de limpeza adequada. A qualidade importa mais que a quantidade: não é só escovar (com escova macia ou extra macia), mas é preciso que a escovação seja correta. As cerdas devem alcançar a maior superfície do dente e não machucar a gengiva.
“As bactérias se acumulam no colo do dente, entram na gengiva, que inflama. A placa bacteriana, que muitas pessoas não veem, se ficar ali muito tempo, pode destruir o osso ao redor da raiz que sustenta o dente. A inflamação forma a bolsa periodontal, que, quanto mais funda, mais compromete o osso – explica Maurício Araújo, doutor no tratamento de doenças periodontais.
O uso do fio dental serve para atingir áreas mais difíceis e colabora para evitar o acúmulo de bactérias. A ida periódica ao dentista identifica o problema desde o início.
“Acredita-se que se a gengiva sangra, é porque é sensível e acumula mais bactéria” – observa.

infecções após o implante dentário

Os implantes dentários estão em alta e trazem uma série de benefícios para quem perdeu um ou mais dentes. Cerca de 2,2 milhões de implantes são realizados por ano no país, de acordo com dados da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria Médica, Odontológica e Hospitalar). Por outro lado, para que o método seja um sucesso, é importante ficar atento aos cuidados.
Com tantos serviços oferecendo a técnica, muitas vezes com diferença significativa de preço, é fundamental que o paciente converse bem com o cirurgião-dentista para saber a origem do material utilizado, se o produto tem aprovação da Anvisa, além de mais detalhes sobre a técnica por trás do procedimento.
“Checar a procedência do material a ser usado nos implantes é providencial, já que hoje existe uma intensa pirataria. Há produtos bem acessíveis vindos da China, por exemplo, mas sem aprovação da nossa agência reguladora da Saúde. Produtos que podem aumentar as chances de infecção”, lembra o cirurgião-dentista Renato Savi, consultor da FGM.
Chamado de peri-implantite, esse tipo de inflamação está relacionada à placa bacteriana ao redor do implante e, às vezes, pela falta de encaixe perfeito no pino de titânio que é introduzido no osso no qual a prótese será acoplada. O mal causa sangramentos, dor, problemas na mastigação, perda do implante e, em casos mais graves, até a formação de pus, retração gengival e gengivite, sem contar, a perda do implante.