Dicas para não ser barrado na imigração

O medo de ser barrado pelos agentes de imigração na Europa e nos Estados Unidos parecia ter se tornado coisa do passado. Mas está de volta à lista de preocupações dos viajantes brasileiros depois da recente série de episódios de adolescentes barradas em aeroportos americanos e encaminhadas a abrigos para menores de idade. Somado a isso, a União Europeia impediu a entrada de 883 brasileiros nos países que a compõem entre janeiro e março deste ano. Foi o maior índice dos últimos cinco anos. A UE já estuda um sistema de controle de entrada de turistas para países que não exigem visto, como o Brasil.
A verdade é que nada garante que não vai acontecer com você. Compreender o problema, no entanto, pode ajudar a não cometer erros na preparação da viagem e a adotar a postura adequada no cara a cara com o oficial de fronteira.
Na Europa, a recusa à entrada de brasileiros aumentou como consequência do mal momento econômico pelo qual passa o país, e também do endurecimento da política migratória do continente. “A imigração é política”, afirma a advogada Ingrid Baracchini, especializada no tema. “Sírios, por exemplo, eram muito bem-vindos à Europa antes da crise humanitária atual.”
Já nos Estados Unidos, o problema foi mais específico. Embora as autoridades americanas não confirmem o motivo da não aceitação, menores de idade como as três jovens brasileiras recentemente barradas, Anna Beatriz Theophilo Dutra, Anna Stéfane Radeck e Liliana Matte, todas de 17 anos, só podem viajar sozinhos pelo país em situações muito específicas. “Apenas em casos de morte ou doença em que fique comprovado que a presença do adolescente é indispensável”, explica a advogada Regina Machado, que atua na área de direito internacional e prevenção ao tráfico humano. Ainda assim, mediante uma autorização especial.
Ou seja, na prática, adolescentes não podem viajar turisticamente aos Estados Unidos sem a companhia de um responsável – nas excursões, as agências de viagem são responsáveis e cuidam dos trâmites. Veja as dicas.

dicas

1 Documentos em (absoluta) ordem: nos EUA, passaporte válido até o último dia no país, passagem de volta, reserva de hospedagem (ou carta-convite de amigo ou parente) e visto. Na Europa, o passaporte deve valer por 3 meses após o fim da viagem.

2Atenção a crianças e adolescentes: nos EUA, a autorização brasileira para a viagem sem responsáveis não serve. É preciso solicitar uma permissão no consulado, no lugar onde se tira o visto. Veja telefones em bit.ly/ustel. Nas excursões, a agência cuida da questão.

3Visto adequado: há 19 tipos de vistos dos Estados Unidos. Turistas em geral usam o B1/B2; intercambistas e au pairs, o J1. Certifique-se de que seu visto está adequado ao propósito da viagem. Se não, será preciso tirar outro: bit.ly/tipovisa.

4Dinheiro na mão: ou no cartão de crédito, ou no cartão pré-pago. “Ninguém espera que você tenha muito dinheiro em espécie”, diz Ingrid Baracchini Mas alguma quantia para os primeiros gastos é, sim, importante mostrar.

5Seguro, sempre: os países europeus do Acordo de Schengen (bit.ly/ueschengen) exigem seguro com cobertura mínima de R$ 30 mil. Nos Estados Unidos não é obrigatório, mas recomendado, pelo custo alto dos serviços de saúde.