DIALOGANDO SOBRE: A importância dos pais na psicoterapia de crianças e adolescentes

Carolina B.C. Kassabian
Psicóloga e Psicopedagoga – CRP 06/84907

Frequentemente atendo na clínica mães e pais aflitos com problemas de comportamento de seus filhos. As queixas são variadas, mas as dificuldades de aprendizagem, a agressividade, o medo, a hiperatividade e falta de atenção são algumas das principais razões que despertam na família a vontade de procurar a ajuda de um psicólogo.
Quando os filhos são trazidos para a psicoterapia é sinal de que os pais estão preocupados com o que acontece com eles e dispostos a exercer sua função de cuidadores da melhor forma possível. Ocorre que, na maioria dos casos, a escolha pela psicologia só se dá depois de um desgaste familiar considerável.
Muitas vezes, angustiados e já sem forças, alguns pais chegam à primeira consulta em busca de uma solução que os leve de forma rápida e indolor ao fim dos conflitos. Mas a questão é que na psicoterapia com crianças e adolescentes não existem atalhos, fórmulas mágicas ou receitas milagrosas. O que existe é uma jornada de autoconhecimento, superação e aprendizado, que precisa ser trilhada na companhia dos familiares.
Para que essa caminhada conjunta tenha sucesso, é necessário que haja um ato de coragem. Coragem para reconhecer e acolher as próprias dificuldades. Coragem para corresponsabilizar ao invés de responsabilizar. E coragem para assumir que o problema não é só de um, mas de todos, pois só assim será possível enfrentar, juntamente com os filhos, os bichos-
papões que assombram seu
desenvolvimento.