Desemprego deve começar a mostrar primeiros sinais da crise do coronavírus

Fernando Dias

Indicador do IBGE já deve trazer redução da demanda global e de investimentos

A taxa de desemprego de fevereiro, divulgada na terça-feira, 31 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstrou os primeiros sinais da crise do Coronavírus no mercado de trabalho brasileiro. O número faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC).
Em fevereiro, a redução da demanda global, sobretudo a chinesa, por insumos e as incertezas quanto ao futuro já influenciavam decisões de investimentos. Foi em fevereiro também que o primeiro caso no Brasil foi registrado, no dia 25. O país já tem 159 mortes e 4.579 infectados confirmados.
As projeções do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) indicam uma taxa de 11,9% em fevereiro, pouco acima dos 11,2 de janeiro. No ano, a taxa esperada é de 13% ante os 11,9% registrados em 2019.
De acordo com o artigo 486 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho): “No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável”.
As medidas de isolamento social no país têm inviabilizado também a coleta de informações feita na produção da Pnad e do IPCA, que mede a inflação oficial. A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, também tem tido dificuldade na coleta de informações para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A pasta avisou que não foi possível consolidar os dados do mercado formal referentes aos dois primeiros meses do ano em função da falta de prestação das informações sobre admissões e demissões por parte das empresas.

 

Foto: Fernando Dias