Crise financeira estimula prática de permuta

Devido à crise financeira instaurada no Brasil nos últimos meses, a procura por possibilidades alternativas de compra e venda de imóveis aumentou. A situação econômica dificulta obtenção de crédito e ainda afugenta quem tem um dinheiro guardado, que prefere manter a poupança a investir em uma casa nova. O sócio-proprietário da Imovit Inteligência Imobiliária, Daniel Aranovich, conta que negócios fechados com permuta aumentaram cerca de 50% no último semestre em sua empresa.
Esse tipo de transação pode facilitar a vida de duas famílias de uma só vez, mas, para isso, exige maior empenho por parte da imobiliária envolvida. Para atender ao aumento da demanda, a Imovit ofereceu um treinamento específico à equipe. “Mostramos as modalidades de permuta, seus formatos de contrato e impactos tributários”, conta Aranovich. Além disso, é necessário buscar clientes dispostos a trocar um imóvel pequeno por outro maior e ligá-los a clientes que queiram o oposto. “É um processo de garimpo, mas que trouxe resultados”, conclui.
Segundo pesquisa do Google Think Real Estate, 60% dos consumidores utilizam a internet como canal inicial na busca por imóveis, por isso além do treinamento aos funcionários, a Imovit incluiu no site da empresa um botão próprio para quem busca esse tipo de negócio. Em ‘Aceita Permuta’ o cliente visualiza apenas os imóveis que os proprietários sinalizaram interesse na troca.

Vantagens tributárias
Além de resolver duas necessidades mais rapidamente, a permuta gera um melhor aproveitamento do imposto de renda devido, seja para o comprador como para o vendedor. “Sai um bem de um valor e entra outro de um valor menor mais uma quantia em dinheiro, logo, o comprador pode beneficiar-se da Medida Provisória do Bem e não pagar o lucro imobiliário e, o vendedor, poderá obter uma redução no ganho de capital gerado com o referido negócio”, explica Aranovich. Essa MP libera o imposto de ganho imobiliário se o valor da venda for aplicado na compra de outro imóvel em até seis meses e cada pessoa pode usar esta isenção uma vez a cada cinco anos.
Com essa diferença de valores, quem procura um imóvel menor, além de conseguir repassar a casa que já é muito grande para suas necessidades, fica com um dinheiro extra no bolso. Já quem busca um lugar maior para viver, desembolsa, de fato uma quantia menor em espécie.