Como jogar a favor da fertilidade e diminuir riscos

Saiba alguns hábitos que podem ajudar e as causas de infertilidade

Planejar uma gravidez é uma decisão que pode demorar. Para muitos casais, é preciso tempo para se estabelecer financeiramente, profissionalmente e até emocionalmente. Além disso, a biologia dos dois tem que jogar a favor. Para dar uma ajudinha na fertilidade e não comprometê-la, alguns hábitos são essenciais.
“A fertilidade está ligada a saúde como um todo. Por isso, manter peso, atividade física regular, não fumar são determinantes. E observar ainda o tempo, a idade da mulher. Isso tem que fazer parte da conversa do casal” – diz Márcio Coslovsky, diretor médico da Primordia Medicina Reprodutiva, lembrando que os riscos na gestação aumentam quando a mulher tem a partir dos 35 anos.
Para começar a tentar, há uma série de exames que avaliam a possibilidade de uma gestação, como dosagem hormonal e espermograma.
“Não é só ovular e engravidar. Quando decide que é a hora, bons hábitos minimizam chances de complicações na gravidez, como pressão alta e diabetes. É muito importante o diálogo, que o parceiro ou parceira embarquem juntos e de forma prazerosa nessa que é uma jornada longa” – observa Mariana Conforto, ginecologista e obstetra da Perinatal.
Médicos ressaltam que o organismo de cada mulher funciona de uma forma. Mas, se em um ano de relações sexuais sem uso de forma de anticoncepção a mulher, mais jovem que 35 anos, não engravidar, pode haver algum problema e é preciso procurar um médico. Após os 35, pode levar seis meses antes de buscar ajuda. A partir dos 40, o auxílio é essencial assim que decidir tentar.
“É preciso tirar o ônus de cima da mulher. Dentre as causas de infertilidade, 45% vem dela, 45% do homem e 10% não se identifica. É exatamente igual. Os sinais de alerta nelas: dor pélvica, cólica quase que incapacitante, ciclo menstrual irregular. Para o homem, disfunções erétil, na ejaculação, com espermatozoides” – pontua Maria Cecilia Erthal, diretora médica do Vida Centro Fertilidade.
Sobre o uso de pílula anticoncepcional por muito tempo, a médica esclarece que não tem efeitos danosos sobre a fertilidade feminina.

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Endometriose:
É uma doença inflamatória provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero) que, em vez de expelidas na menstruação, se movem no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. A dor da cólica no período menstrual é tão forte que pode incapacitar para atividades. Pode haver dores durante o sexo. Cerca de 40% das mulheres com o problema apresentam infertilidade.

Problemas na ovulação:
Além da diminuição da quantidade e qualidade de óvulos decorrente da idade avançada, a ovulação pode ser prejudicada por hipotiroidismo e quimioterapia. Outra causa é a síndrome dos ovários policísticos, alteração endócrina pela qual ovários aumentam de tamanho.

Alteração tubária:
Na tuba uterina se dá o encontro entre o óvulo e o espermatozoide. Em alguns casos, por diversas causas, como alterações infecciosas (gonorreia, apendicite), endometriose, danos por gestações fora do útero, ou cirurgias (laqueadura tubária), esse caminho pode estar bloqueado.

Na implantação:
O embrião se fixa na camada que reveste a cavidade uterina, o endométrio e o estrógeno e progesterona agem na preparação dele, durante o ciclo menstrual. Problemas hormonais podem causar um endométrio inadequado.