Como garantir uma flora equilibrada

Fibras e probióticos devem compor o cardápio em favor da microbiota

texto: agência carti | fonte: Nova Nutrii | foto: divulgação
texto: agência carti | fonte: Nova Nutrii | foto: divulgação

Desconforto, estresse, alterações do habito intestinal – muitas vezes esses sintomas têm uma causa comum: a má digestão. Contudo, quando esses incômodos tornam-se frequentes, o problema pode ter uma razão muito mais profunda do que uma refeição que não caiu bem. Complexo, o aparelho digestivo executa funções interdependentes que visam garantir não somente a absorção adequada de nutrientes, mas também a eliminação do que é dispensável ou nocivo ao organismo. E um dos agentes mais importantes nessas tarefas é, justamente, a flora intestinal. Formada por bactérias, essa microbiota é responsável não somente por auxiliar na digestão, mas também por proteger o organismo. Logo, quando esse sistema encontra-se em desequilíbrio, o corpo emite sinais de que algo n&ati lde;o vai bem: diarreia, prisão de ventre, excesso de gases e até mesmo cansaço podem estar relacionados à disbiose. Investir em uma alimentação rica em fibras e probióticos pode auxiliar tanto a prevenir quanto a contornar esse problema.

Uma questão de equilíbrio
Você sabia que a quantidade de bactérias presentes no nosso organismo chega à casa dos trilhões? E ainda que esses micro-organismos estejam associados a situações ruins, algumas bactérias desenvolvem papel fundamental para nossa saúde? Esse é o caso da flora intestinal saudável. Em uma situação ideal, as bactérias boas que compõem essa biota são mais numerosas e agem em harmonia com o meio intestinal, favorecendo a digestão.
No entanto, este ambiente está constantemente exposto à ação de agentes externos que podem afetar seu equilíbrio. Fatores como uma alimentação inadequada, situações de saúde, o abuso de substâncias como o álcool e fumo, bem como o uso de determinados medicamentos pode desencadear um quadro conhecido como disbiose – situação na qual o número de micro-organismos nocivos supera o de bactérias amigas.
Como resultado, alterações do hábito intestinal podem se tornar frequentes, tanto casos de prisão de ventre quanto de diarreias. Aumento no volume abdominal, gases e desconforto também são sintomas comuns. Além disso, com a absorção de nutrientes prejudicada, o indivíduo apresenta cansaço, irritabilidade e dores de cabeça.

a favor da flora
Ainda que o desequilíbrio na microbiota possa estar relacionado a diversos fatores, a alimentação é um dos principais influenciadores da boa digestão. Capaz de prejudicar ou beneficiar a proliferação das bactérias presentes na flora intestinal, a dieta é determinante na prevenção e tratamento da disbiose.
Neste âmbito, algumas substâncias podem auxiliar no combate às bactérias nocivas, contribuindo para limpeza do organismo, bem como estimular a propagação dos micro-organismos benéficos, fortalecendo o trato intestinal e a própria imunidade. Veja quais são essas substâncias e como incluí-las na dieta.

fibras: agentes de limpeza
Atualmente, muito se fala a respeito da importância das fibras da alimentação. Contudo, nem todos sabem por que devemos consumi-las. De acordo com a nutricionista Joana Carollo: “ainda que não seja considerada um nutriente, essa substância exerce um papel substancial na digestão: devido à sua natureza, as fibras alimentares não são totalmente quebradas pelo organismo e, em virtude disso, auxiliam no trânsito dos alimentos e na eliminação de impurezas.”
Presentes nos alimentos vegetais, especialmente em partes como cascas, caule, folhas e talos, esses elementos podem ser classificadas em dois tipos: as insolúveis – que permanecem praticamente inalteradas durante o processo digestivo, auxiliando na formação do bolo fecal; e as solúveis, que sofrem pequenas alterações ao longo do trato intestinal, auxiliando na absorção de nutrientes e retardando o esvaziamento gástrico.
Este último tipo, em especial, exerce influência significativa sob a flora intestinal: como são parcialmente digeridas no intestino acabam fermentando ao entrar em contato com a microbiota do órgão, criando assim um ambiente propício para a proliferação dos micro-organismos benéficos. “’Em uma visão simplificada é como se este tipo de fibra alimentar servisse de alimento para as bactérias amigas, auxiliando na sua multiplicação,” explica Joana. De acordo com a profissional da Nova Nutrii, compostos alimentares que estimulam essa propagação também são conhecidos como prebióticos, e podem auxiliar no reestabelecimento de uma flora desequilibrada.

probióticos – bactérias do bem
Existem também outros compostos alimentares que podem auxiliar no combate à disbiose: os probióticos. Esses compostos são suplementos alimentares que contêm uma determinada quantidade de micro-organismos vivos que, quando ministrados na proporção adequada, podem alterar a microbiota intestinal beneficamente, contribuindo para o reestabelecimento do seu equilíbrio.
Dentre os mais comuns e até mesmo conhecidos entre a população estão os Lactobacillus, que podem ser de várias espécies. Contudo, também existem outros tipos de bactérias benéficas encontradas comumente nos probióticos, como por exemplo, as Bifidobacterium. Apesar da nomenclatura pouco amigável, quando ingeridos, esses micro-organismos têm o poder de aumentar a quantidade de agentes benéficos de uma flora intestinal deficiente, auxiliando no combate a constipações, diarreias e outros problemas relacionados à disbiose.
Além disso, em virtude do reestabelecimento da flora, os probióticos também podem auxiliar no fortalecimento da imunidade. Tanto que o uso desses compostos alimentares não se resume somente ao combate de problemas intestinais, em alguns casos, eles também são indicados para tratar infecções. “Com a normalização da microbiota, a absorção de nutrientes também é beneficiada, auxiliando assim na recuperação do estado de saúde do paciente e na sua resposta imunológica”. – explica a nutricionista.