Brasil: um país de baixinhos

Brasileiros crescem em altura, mas continuam mal no ranking

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A altura que uma pessoa vai crescer é um dos traços físicos que mais dependem de sua herança genética, mas fatores ambientais, como as condições da mãe durante a gestação, sua exposição a poluentes, a dieta e doenças contraídas durante a infância e a adolescência podem ter influência no resultado. A conclusão é de um estudo publicado no periódico ‘eLife’, liderado por cientistas do Imperial College London, no Reino Unido.
Os ganhos na altura variaram de acordo com o país e a época, em um reflexo das desigualdades no acesso a serviços de saúde e nutrição.
“Embora a genética seja importante, os filhos estão maiores que os pais. A evolução na nutrição e nos cuidados com a saúde fizeram maior diferença. As pessoas passaram a se preocupar e a ter mais acesso em uma dieta rica em nutrientes. E a medicina tornou-se capaz de corrigir eventuais problemas no desenvolvimento da criança.” – avalia o diretor médico do Hospital Adventista Silvestre, unidade Itaboraí, Rogério Gusmão.
Segundo os pesquisadores, as informações sobre as mudanças na altura média das populações são importantes porque estudos indicam que as pessoas mais altas tendem a viver mais, ter melhores educação e salário. Além disso, a variação a longo prazo na altura média seria um bom indicador do estado socioeconômico de uma sociedade.
“Este estudo nos dá um retrato da saúde das nações e revela que a altura média em alguns países pode mesmo estar caindo.” – diz Majid Ezzati, professor da Escola de Saúde Pública do Imperial College London e líder da
pesquisa.

Holanda e Letônia no topo da altura

De acordo com a pesquisa, os homens holandeses e as mulheres da Letônia, pequeno país na costa do Mar Báltico, na Europa, estão atualmente no topo do mundo em cada gênero. No caso deles, a altura média é de 182,5 centímetros, 11,1 a mais do que registravam no início do século 20 (169,4 centímetros), e que os deixava na 12ª posição global. No delas, a altura média chega a 169,8 centímetros, uma diferença de 14,3 frente aos 155,5 que tinham em 1914 e as colocava no 28º lugar geral.
Já vendo o mundo mais de baixo estão os homens do Timor Leste e as mulheres da Guatemala. Com uma altura média de 159,8 centímetros, eles cresceram apenas 6,8 em relação ao século passado. Elas, por sua vez, já eram as mais baixas do mundo em 1914, com 140,3 centímetros. Continuam as menores no planeta hoje, com uma altura média de 149,4 centímetros.

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