Barragem do Mirim seca completamente

 ESTIAGEM

04 - Represa 5

Saae afirmou em inauguração que a barragem garantiria o abastecimento 

Pelo terceiro ano consecutivo, a barragem do Mirim praticamente seca, revelando sua real profundidade e demonstrando ser apenas um espelho d’água no lugar de um reservatório com capacidade de armazenamento de água “inclusive nos períodos de estiagem prolongado”, conforme afirmação feita pelo SAAE em publicação oficial em seu site por ocasião da inauguração da represa, em dezembro de 2018.

Uma obra com custo superior a R$ 40 milhões (quarenta milhões de reais), sendo 70% desse valor com recursos próprios do SAAE e o restante da FUNASA (Fundo Nacional da Saúde), garantiria segurança hídrica para a cidade para vários anos, porém, em menos de 3 anos depois de sua inauguração, o fornecimento de água volta a ser preocupação para a população indaiatubana, já que 40% de toda água consumida em Indaiatuba é fornecida pelo Rio Capivari-Mirim.

Apesar do “mega investimento”, a represa revelou logo na primeira estiagem sua real profundidade, demonstrando que, ou o projeto foi subdimensionado ou não foi executado conforme previsto nos estudos, colocando em dúvida sua eficiência e preocupando os indaiatubanos.

Sites especializados afirmam que “aqui no Brasil, dependendo da região, o projeto e dimensões do próprio lago ornamental a profundidade pode ser de 0,50 à 1,50 metros levando em consideração o formato do lago, o clima e o tipo de peixe que será inserido”. O complexo da barragem do Rio Capivari-Mirim, pela sua importância e impacto sócio ambiental, deveria ter sido levado para apresentação e debates em audiência pública, portanto, não é possível afirmar que a represa tenha sido mal dimensionada ou mal executada, no entanto, as evidências demonstradas por fotos e filmagens feitas por moradores locais e usuários do sistema de lazer, desde a primeira estiagem pós inauguração, nos leva a um questionamento: SERIA A REPRESA DO MIRIM APENAS UM LAGO ORNAMENTAL?

Especialistas procurados pelo JORNAL foram unânimes em afirmar a urgência de investimentos em medidas de ampliação da capacidade de armazenamento da represa, aprofundamento do reservatório e recuperação de nascentes e matas ciliares em todo município com a finalidade de amenizar os impactos das próximas estiagens. As mudanças climáticas e o desenvolvimento regional requerem especial atenção dos gestores públicos e a questão hídrica passa a ser urgente, já que pesquisadores afirmam que períodos de estiagem serão cada vez mais comuns no futuro.

O “problema” da água em Indaiatuba tem ficado cada vez mais em evidência nas redes sociais e nos assuntos comentados pela cidade, frequentemente sendo motivo de reclamação dos moradores das diversas regiões de Indaiatuba, afirmando que a água tem saído com cheiro, cor e gosto de suas torneiras, colocando em dúvida a potabilidade. A recente mudança na chefia do SAAE com a saída do ex-superintendente Sandro Coral e a nomeação do novo superintendente Pedro Salla indicam que teremos temporal a vista e, infelizmente, não será de chuva.

Foto: divulgação