Aircross e Idea se enfrentam

Vantagem do Citroën Aircross está nos detalhes

Cabine do Citroën Aircross abusa dos plásticos rígidos, mas montagem das peças é boa e impressão geral é de robustez
Cabine do Citroën Aircross abusa dos plásticos rígidos, mas montagem das peças é boa e impressão geral é de robustez

Figurinhas fáceis nas ruas brasileiras, os monovolumes com apelo visual aventureiro Idea Adventure e Aircross brigam para ver quem leva a melhor no confronto entre modelos familiares. Mesmo bem atrás nas vendas, o Citroën derrotou o Fiat graças ao conjunto mais bem acertado que o do concorrente.
O Aircross até é um pouco mais caro, a partir de R$ 58.990 na versão de acabamento Tendance, ante os R$ 58.830 que a Fiat pede pelo Idea Adventure. Porém, o Citroën, com suas formas mais quadradas, entrega espaço interno mais amplo, principalmente para os ocupantes do banco de trás.
Suas portas também abrem mais, o que facilita bastante a missão de colocar uma cadeirinha infantil no lugar ou ajustar os cintos em uma criança, por exemplo.
O Idea também trata bem os ocupantes, mas as dimensões mais compactas cobram seu preço nas medidas internas. Ao menos, a Fiat oferece alguns opcionais interessantes, como airbags laterais e bloqueio de diferencial, algo que pode ajudar em estradas de terra – embora a vocação, apesar do visual, seja urbana.
Além deles, há o câmbio automatizado. No entanto, esses itens elevam o preço para R$ 67 mil.
O Aircross contra-ataca com um câmbio automático convencional, melhor que o automatizado da Fiat, e sistema multimídia com GPS na versão de topo, Exclusive, de também elevados R$ 66.390.
De série, ambos têm ar-condicionado, conjunto elétrico e sistema de som. O motor 1.6 do Aircross tem 122 cv, potência 10 cv inferior à do 1.8 do Idea. Ainda assim, os carros têm desempenhos bem próximos.
Os 132 cv do Idea dão a ele um bom desempenho, mas diversos fatores desencorajam o motorista a acelerar forte para atingir velocidades mais altas. A direção tem respostas mais lentas e a suspensão é mole, o que faz a carroceria balançar mais que a do Aircross.
Esse efeito é reforçado pelo fato de o Idea, na comparação com o rival, ter maior altura ante o solo e carroceria mais estreita. O Aircross sofre menos com a ação de ventos laterais, por exemplo.
No Idea, a posição de dirigir bem alta e com os joelhos muito flexionados não agrada. Parece que o condutor está operando uma máquina de costura. O Aircross sofre do mesmo mal ao volante, mas compensa com ajustes mais amplos para coluna de direção e banco, além da suspensão mais bem acertada.
Além disso, os 122 cv do 1.6 16V conseguem dar ao Aircross um desempenho bem semelhante ao Idea. As arrancadas são satisfatórias e o câmbio mais curto promove agilidade no trânsito urbano. Em contrapartida, aumenta o consumo.
Na verdade, nenhum dos monovolumes é econômico. Com etanol, em ciclo urbano, o Aircross registrou no computador de bordo cerca de 6 km/l, ante os 6,5 km/l do Idea – na mesma condição. Com gasolina, os números melhoram levemente. Os dois modelos marcaram cerca de 9 km/l. Ainda assim, é uma média abaixo da esperada para carros compactos.

 

Visual da minivan é mais bem resolvido, com frente em cunha e volume do estepe bem integrado
Visual da minivan é mais bem resolvido, com frente em cunha e volume do estepe bem integrado