A nova estação começou com calor

Inverno quente?

Mas o frio deve aparecer em ondas durante 2022, algumas mais intensas

O inverno começou com cara de verão. Oficialmente, a estação mais fria do ano teve início na última terça-feira (21) às 06h14. Apesar da chuva e temperatura baixa no dia anterior, o inverno debutou em Indaiatuba com céu limpo, sol e termômetros na casa dos 28ºC. É bem verdade que as madrugadas contam com temperaturas, às vezes, abaixo dos 15ºC. E assim será a primeira semana da estação, com madrugadas mais frias e dias com sol a pino e possibilidade, em algumas cidades da região, da variação térmica dobrar e superar os 30ºC.
Mas não se anime. Já tem frio à vista. Considerando a intensidade, Celso Oliveira (do ClimaTempo) avalia que a passagem das massas de frio será frequente, mas nem todas serão tão abrangentes como a da segunda quinzena de maio. “Na intensidade, acho que sim. Mas não obrigatoriamente vai fazer frio o tempo todo. O frio poderá ser pior no Sul e partes do Sudeste e Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso do Sul.
Mas Celso alerta que, até o fim de julho, é possível que o Brasil experimente novamente uma onda de frio parecida com a que gelou o país no começo da segunda quinzena de maio.

La Niña
O fenômeno La Niña vem perdendo força, mas a porção central e leste do Pacífico Equatorial segue fria, com temperatura abaixo da média. Como isto influencia o frio do inverno de 2022? O que muda na intensidade e trajetória das próximas massas polares?
Oliveira explica que, embora os estudos científicos não sejam conclusivos sobre a ideia de que o La Niña deixe os invernos mais frios, nota-se que a presença do fenômeno aumenta a frequência de massas polares. Mas não é o La Nina que define se essas massas polares terão grande penetração pelo interior do país.
O histórico mostra que vários anos frios foram com La Niña. Este ano, o fenômeno já está demonstrando tendência de enfraquecimento, mas vai persistir durante todo o inverno. Isto significa que o Pacifico Equatorial central e leste vai continuar frio, embora mais próximo do sinal de neutralidade do que do La Niña.

Massas polares
Celso complementa: “O El Niño é, de fato, um bloqueador de massas frias. Mas se o La Niña não garante a entrada de um maior número de massas frias sobre o Brasil, a neutralidade deve ser entendida como um facilitador.”
O inverno de 2022 terá frio frequente, mas só 2 ou 3 massas polares vão efetivamente gerar situações de onda de frio no país. A tendência de neutralidade no centro e leste do Pacifico Equatorial, mas com características frias, vai facilitar a passagem de outras massas de ar frio sobre o Brasil ao longo do inverno.