A fórmula da família feliz

Pesquisa revela dez itens que mais contribuem para o bem-estar

matéria: Elisa Clavery | foto: divulgação
matéria: Elisa Clavery | foto: divulgação

Em contraste ao materialismo, cada vez mais presente nos dias de hoje, ainda são as pequenas coisas, que não têm preço, que fazem a diferença. Essa foi a conclusão de um levantamento feito no Reino Unido, com duas mil pessoas, sobre o que torna uma família feliz. Enquanto 82% concordaram que fazer refeições juntos melhora a comunicação, quase 25% sequer atribuíram ao dinheiro algum peso sobre o bem-estar de todos. A pesquisa foi realizada pelo restaurante Fayre & Square.
“Os resultados só comprovam a necessidade de conexão do ser humano, principalmente com os mais próximos, em casa, onde não é preciso usar máscaras. É essa vontade de partilhar que traz a verdadeira felicidade”, analisa a psicóloga Rosalia Schwark.
Segundo a especialista, estar junto de quem se ama ativa o centro de recompensa e prazer do cérebro. Substâncias como acetilcolina, serotonina, noradrenalina e dopamina são produzidas, gerando sensação de paz e conforto. Por outro lado, o isolamento estimula a liberação de cortisol, química responsável pelo estresse e que pode desencadear uma série de problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e
obesidade.
“Somos animais que andam em bando. Pela necessidade instintiva e cerebral, não vivemos sozinhos, tanto que a solidão é uma das maiores fontes de depressão”, diz.
Apesar de reconhecer a importância da união para a felicidade da família, a maioria dos entrevistados admitiu encontrar dificuldades para manter um convívio maior: a média é de apenas seis horas de tempo de qualidade juntos por semana.
discutir relação
Para a psicoterapeuta Maura de Albanesi, além da rotina atarefada, um dos fatores que mais afasta os familiares é aproveitar os encontros para fazer críticas.
“Algumas pessoas têm essa mania de querer ressaltar o que não é bom no outro, no objetivo de educar, corrigir. Por causa do tempo escasso, usam a hora em que a família está reunida para discutir os problemas. Mas ninguém quer ficar ouvindo alguém pegar no pé. Esses momentos têm que ser de diversão”, afirma.
Uma solução é marcar um horário, uma vez por semana, exclusivamente para debater questões complicadas.
“Funciona como uma psicoterapia. Todo mundo coloca suas dificuldades, e o assunto termina ali, sem se estender para outras reuniões” aconselha Maura.