Saúde orienta população

Locais úmidos e sombreados favorecem proliferação

Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças Eliandro Figueira  SCS/PMI
Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças
Eliandro Figueira SCS/PMI

O Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde orienta a população sobre a necessidade de limpeza dos terrenos nessa época do ano para evitar a proliferação do caramujo africano, o Achatina fulica. O objetivo é que os terrenos limpos recebam sol para ressecar a terra e tornar o ambiente menos propício ao aparecimento desse tipo de animal, que gosta de locais úmidos e sombreados.
Conforme explicou a coordenadora de área, da Secretaria da Saúde, Edna Maria Bataielo Marotti, a limpeza consiste na retirada do mato e de todo o material resultante de podas de árvores, incluindo pedaços de madeiras, e também na retirada de entulhos de construção.
Os caramujos que forem encontrados durante a limpeza devem ser recolhidos com o uso de luvas ou sacos plásticos para proteger as mãos do contato com os animais. A orientação é colocar em um recipiente com sal e esperar que eles morram antes de jogá-los no lixo. Se eles forem vivos para o Aterro Sanitário, vão encontrar um ambiente propício para se proliferar.
Outra dica da coordenadora, é que depois de limpos os terrenos que não tiverem plantações devem ser cercados com sal de cozinha. Dessa foram quando chegar o período de chuvas, o sal penetrará na terra e matará os ovos e filhotes que estiverem sob a terra. Não há outra forma segura de acabar com os caramujos senão coletá-los um a um.
Além de auxiliar no combate ao caramujo, o terreno limpo ajuda a diminuir a incidência do aparecimento de escorpiões e também na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
A Vigilância Epidemiológica avisa ainda que não faz nebulização ou coleta de animais em propriedades particulares, que são de responsabilidade dos moradores.

Caramujos
O Achatina fulica, mais conhecido como caramujo africano, é uma espécie de origem africana que especialistas dizem ter sido introduzida no Brasil por uma Feira Agropecuária na década de 1980, no Paraná. De acordo com a Fiocruz, não consta registro de autorização de importação desse material no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O animal foi importado para consumo humano como uma opção ao escargot, mas como o brasileiro não tem hábito de consumir este tipo de alimento, a demanda não existiu e os criadores soltaram os moluscos na natureza.
Sem predadores naturais, tal fator, aliado à resistência e excelente capacidade de procriação desse animal, permitiram que esse caramujo se adaptasse bem a diversos ambientes, sendo hoje encontrado em 23 estados.
O combate químico com o uso de pesticidas não é indicado, pois o produto pode contaminar o solo e até o lençol freático, podendo levar a intoxicação dos animais e do ser humano.
Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas, inclusive alimentando-se de outros caramujos. Para piorar, são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças.