Saiba identificar sinais de reações alérgicas

Cerca de 30% dos brasileiros têm alergia. Diagnóstico é fundamental

alergia respiratória: a rinite é provocada pelo contato com ácaros da poeira doméstica, pelos de animais, mofo entre outros texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação
alergia respiratória: a rinite é provocada pelo contato com ácaros da poeira doméstica,
pelos de animais, mofo entre outros
texto: Ana Paula Blower/infoglobo | foto: divulgação

Quem sofre de rinite alérgica sabe o que uma alteração brusca de temperatura ou um ambiente empoeirado podem causar. Espirros, muitos e muitos espirros. Assim como ela, outras formas de alergia, algumas até mais graves, atingem cerca de 30% da população brasileira, segundo Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). Seja ela alimentar, respiratória ou de contato, o importante é identificar os sinais e ir atrás de um diagnóstico médico para evitar crises mais sérias.
“Deve-se sempre procurar um alergista, porque não é fácil descobrir uma alergia alimentar, por exemplo. O diagnóstico pode passar pela retirada do alimento e, depois, voltar com ele para identificar a suscetibilidade.” – comenta José Carlos Perini, presidente da Asbai, explicando que dificilmente se tem uma crise alérgica grave no primeiro contato com a substância alergênica.
Quando essas crises acontecem, principalmente em crianças, Carla Dall, coordenadora da emergência pediátrica do Hospital Barra D’Or, alerta que a automedicação deve ser evitada.
“Por conta de uma dermatite, podem surgir lesões avermelhadas na pele. O ideal é não aplicar pomadas no local porque pode alterar a característica da lesão e dificultar o diagnóstico. Tem que procurar um médico – diz a médica, que aconselha o uso da imunoterapia (vacina) para diminuir os efeitos de alergias respiratórias e de picada de mosquito”.
Já com relação aos adultos, Perini afirma que as alergias respiratórias são mais comuns.
“A rinite chega a afetar 26% das pessoas, que têm seu dia a dia prejudicado pelos sintomas. Em regiões tropicais, o que mais pesa é a poeira doméstica.” – diz.

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entrevista

José Carlos Perini, presidente da
Ass. Brasileira de Alergia e Imunologia

Alergia à proteína do leite de vaca. Depois, a amendoim, soja, clara de ovo, trigo. A forma mais comum de ela se manifestar é o desconforto gástrico e refluxo na criança. É como se o corpo não conseguisse digerir aquilo. Os sintomas podem ser ainda na pele, como urticária e a dermatite atópica, que é uma doença de pele que a deixa seca, com lesões avermelhadas e coça muito.

As pessoas confundem muito. A intolerância à lactose é um problema digestivo e não, de alergia. A criança pode ter dificuldade de se adaptar ao alimento, e ela aprende isso com contato lento e gradual. É muito importante um bom diagnóstico para não gerar uma aberração: famílias tendo que comprar leite caríssimo para crianças que não teriam necessidade.

Na hora, deve-se tomar um antialérgico (anti-histamínico), que ajuda a segurar o processo. Se a reação for anafilática, a pessoa tem que tomar medicamentos mais fortes. Para isso, deve se encaminhar ao pronto-socorro. Dificilmente a crise será grave na primeira vez que se entra em contato com a substância a que tem alergia.