Perda auditiva começa a surgir cedo

Perturbar o sossego é crime previsto em lei federal

A Sociedade Brasileira de Otologia estima que 30% a 35% das perdas de audição são consequências da exposição a ruídos
A Sociedade Brasileira de Otologia estima que 30% a 35% das perdas de audição são consequências da exposição a ruídos

Na sexta-feira, dia 24, é comemorado o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, uma data importante para refletirmos sobre a agitação e o barulho alto que cada vez mais nos rodeiam. O silêncio é um ilustre desconhecido não só nas metrópoles e capitais, mas também em grandes e médios municípios do interior do país.
O barulho causado por obras, bares, casas de shows, pelo tráfego pesado nas avenidas ou mesmo aquele proveniente dos carros de som tem tirado a tranquilidade das pessoas. Até mesmo no período em que o silêncio deveria prevalecer, os sons urbanos estão lá, agitando a madrugada.
Perturbar o sossego é crime previsto em lei federal. E, para assegurar o direito ao silêncio, muitas cidades país afora já implantaram o Disque Silêncio. O nome pode variar, mas o objetivo é um só: combater a poluição sonora que perturba os moradores de centros
urbanos.
“Infelizmente a poluição sonora ainda não é percebida por todos os indivíduos como uma agressão. O barulho é um poluente invisível que, contínua e lentamente, agride as pessoas, causando danos, principalmente auditivos”, lembra a fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas.
Os especialistas alertam: o barulho faz mal. De acordo com critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ruídos constantes acima de 55 decibéis durante o dia e 40 decibéis à noite são nocivos.
“Já se constata que a perda auditiva está começando a surgir mais cedo entre moradores de grandes cidades. O excesso de ruído piora a cada dia e sabemos que o barulho intenso e prolongado pode causar perda de audição ao longo dos anos”, explica a especialista.
A Sociedade Brasileira de Otologia estima que 30% a 35% das perdas de audição são consequências da exposição a ruídos comuns do dia a dia. Para proteger a audição, o ideal é utilizar atenuadores. Eles são leves e diminuem o impacto dos sons. “Os atenuadores, como o nome diz, reduzem o volume excessivo, mas quem os usa não deixa de ouvir o som ambiente”, explica a fonoaudióloga.