Para ver a bola rolar na Rússia – copa 2018

Confira dicas para assistir o Brasil no Mundial

Entre os 12 estádios, a arena de Rostov terá capacidade para 43.702 torcedores e será uma das novidades para 2018 texto: Por Adriana Moreira/agência estado | foto: divulgação
Entre os 12 estádios, a arena de Rostov terá capacidade para 43.702 torcedores e será uma das novidades para 2018
texto: Por Adriana Moreira/agência estado | foto: divulgação

Agora que o Brasil já está oficialmente classificado à Copa da Rússia, dá para planejar a viagem para acompanhar a seleção em 2018. Se você está com abstinência dos megaeventos esportivos, mas tem medo de comprometer seu orçamento, aproveite que ainda faltam 13 meses para o torneio e comece a se planejar.
Embora nem hotéis nem empresas aéreas tenham aberto o sistema de reservas para a época da Copa (o que ocorre normalmente com um ano de antecedência), ainda não terá ideia de preços para o período do Mundial, de 14 de junho a 15 de julho de 2018. Assim, quando encontrar uma boa tarifa na passagem aérea saberá que é hora de comprar.
Este ano, com a Copa das Confederações de 17 de junho a 2 de julho, os valores já devem estar um pouco mais altos. O governo russo declarou, no entanto, que vai controlar os preços nos hotéis para que “as coisas não saiam do controle”, como declarou Alexey Sorokin, chefe do comitê organizador, durante a Copa no Brasil.
Se você está sonhando com a Rússia, saiba que a viagem terá ao menos dois desafios: o idioma e a distância entre as 11 cidades-sede (serão 12 estádios, dois deles em Moscou). Mas se o terceiro desafio for orçamento, a gente ajuda. Conversamos com dois consultores financeiros que deram dicas de economia para você realizar o sonho de ver o Brasil se redimir do 7 x 1 ao vivo (oremos desde já).

PLANEJAMENTO
Comece o quanto antes a pesquisa: quantos dias pretende ficar? Em que período? Quais jogos são prioridade? Lembre-se que, quanto mais o Brasil avançar na tabela, mais caros serão os ingressos – porém a oferta de hospedagem tende a aumentar, já que muitas seleções (e torcedores) voltam para casa mais cedo. “Faça um orçamento detalhado: passagem, hospedagem, alimentação, transporte, ingressos e um extra para lazer e eventualidades”, aconselha Ricardo Teixeira, coordenador acadêmico do Curso MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele lembra que, para a Olimpíada no Rio, houve quem reservasse apartamentos no site Airbnb com dois anos de antecedência.

DINHEIRO
Segundo Roy Martelanc, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, não vale a pena comprar rublos no Brasil. “Se encontrar, a taxa será muito alta. Compre dólares ou euros e troque lá”, recomenda. Para se proteger contra possíveis variações cambiais, o melhor é comprar a moeda mês a mês. “Se você tiver sangue-frio, a tendência é que o dólar caia, e não suba. Mas não é garantido”, adverte. E brinca: “aproveite que é torcedor e torça para o dólar também”.
Apesar dos 6,38% de IOF sobre operações internacionais, o cartão de crédito pode ser seu amigo se usado com responsabilidade – e ainda pode render milhas. Se for usá-lo para parcelar o aéreo, por exemplo, pague a fatura na totalidade mês a mês para não ficar sujeito aos juros altos. “Uma viagem é lazer. A melhor coisa é preparar-se para que na volta você não precise mais se preocupar”, recomenda Teixeira.

JÁ COMEÇOU A POUPAR?
Assim como o câmbio, guardar dinheiro mês a mês também é boa ideia para garantir a viagem. “Cada vez que for gastar com alguma bobagenzinha, lembre-se que o objetivo é a viagem. São pequenas atitudes no dia a dia que fazem a diferença no orçamento”, avisa Roy Martelanc, professor da FEA-USP. Separe uma quantia mensal para colocar na poupança, que aceita pequenas quantias mensais, mas tem o rendimento mais baixo, ou em aplicações. “Os bancos têm fundos de investimentos com rentabilidade maior que a poupança e aportes não muito elevados, que permitem investir pequena quantia mês a mês”, recomenda Teixeira. “Quem tem uma quantia maior para aplicar consegue taxas ainda melhores.”

POR CONTA OU PACOTE?
Para Ricardo Teixeira, os pacotes têm a vantagem do parcelamento – mas é preciso ficar atento à incidência de juros. “Esses juros são sempre maiores que qualquer rendimento”. Por isso, pode ser mais vantajoso manter o dinheiro aplicado por mais tempo e parcelar em menos vezes.
Ir por conta demanda estudar o destino. Cidades como Moscou e São Petersburgo devem ter maior fluxo de turistas e preços mais altos – porém há mais opções de hospedagem do que em cidades menores. Como as distâncias são maiores, considere fazer uma base no país e evite grandes deslocamentos.