O racionamento de água e o corte de custo nas empresas

Aprenda com a falta d’água e diminua as despesas em sua empresa

Com a crise da falta d’água em nossa região, a necessidade de economizá-la é uma atitude cidadã, inteligente e responsável, e ainda nos ensina algumas lições
Com a crise da falta d’água em nossa região, a necessidade de economizá-la é uma atitude cidadã, inteligente e responsável, e ainda nos ensina algumas lições

 

Estamos vivendo nos últimos meses um racionamento de água em nosso estado. Passamos por momentos de crise e ainda temos que enfrentar essa situação. Muitos pensam que a hora de economizar já passou, mas é aí que está o engano.
Devido à falta de planejamento e previsão deste cenário, temos que economizar água em todas as nossas atitudes do dia a dia, desde um pequeno gesto de fechar a torneira no banho ao se ensaboar, até os maiores como não lavar veículos e calçadas com mangueiras.
Segundo o professor de hidrologia e recursos hídricos da Universidade de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo, em entrevista ao portal G1, existem medidas de gestão para enfrentar situações atípicas. Segundo ele, após a seca histórica, a Sabesp ignorou uma ferramenta chamada de “curva de aversão ao risco”, que estabelece limites de vazão de acordo com o volume dos reservatórios. “Continuaram tirando mais
água do que deveriam até abril, quando o Ministério Público pediu o cumprimento da outorga. Isso acelerou a crise”, avalia Zuffo. O pesquisador diz ainda que a população deveria ter sido avisada com mais antecedência sobre a gravidade da situação e a necessidade de economizar água.
“Na vida empresarial passamos por esta situação cotidianamente” afirma o contador Sergio Fernando Borsari do Lógica Assessoria Contábil. “Temos que cortar custos desnecessários o máximo que conseguirmos, e a todo tempo. Não podemos deixar para fazer isso apenas quando as contas se apertam, pois nessa hora a tarefa será muito mais difícil de ser executada” diz.
Assim como a economia de água só é possível com a conscientização e participação da população, a economia de despesas em uma empresa só se dá quando seus colaboradores entendem a necessidade de tais cortes. “Se o empreendedor conseguir passar o recado à sua equipe e esta entender que a economia trará benefícios a todos, o desperdício será combatido com maestria”, comenta Sergio.
Economizar na empresa não significa ser radical a ponto de não dar aos funcionários o indispensável para o cumprimento do trabalho, ou até mesmo não cumprir com os benefícios legais exigidos pela legislação e os sindicatos. Economizar na empresa significa notar o que acontece no ambiente em que está e apontar o que poderia ser diferente, mas com o mesmo resultado final e com a utilização de menos recursos.
Desta forma, você pode usar essa economia para gerar novas soluções e se desenvolver cada vez mais. O dono do negócio tem a liberdade para investir essa economia onde achar melhor, mas com certeza ele terá muito mais colaboradores adeptos à tarefa de cortar custos quando ele age com transparência e honestidade, demonstrando qual é a meta de redução e como todos serão recompensados no final.
Outro ponto importante são os custos invisíveis, que são difíceis de serem mensurados, mas que estão ali, escondidos e consumindo cada vez mais recursos desnecessariamente, como uma goteira ou um vazamento. Pense quanto custa reclamar de tudo, gastar horas em reuniões sem utilidade, não compartilhar boas ideias e até ter que refazer um trabalho por falha profissional. Pensando nisso, não basta estar atento apenas ao que está materialmente ao seu redor, mas ir além disso. Algumas atitudes podem diminuir tais custos, como investir em treinamentos, ser mais organizado e prático, e estar de olho em sua equipe com frequência.
Na vida empresarial temos que ter o feeling para saber agir no momento certo, antes que se torne uma crise como a do racionamento de água, quando as comportas das represas deveriam ter sido fechadas, e não o foram. Temos que saber o que fazer e com quem contar, caso contrário, a empresa estará vulnerável a sérios problemas de continuidade, podendo levar ao fechamento de suas próprias ‘com’portas.