Longa-metragem está de roupa nova

Em dezembro, na Comic Con, RJ Cyler, o ranger azul, levou ao delírio o público que prestigiava a edição paulista do evento ao levantar a bandeira da Chapecoense. E o ranger preto, Ludi Lin, cravou – “esse filme é sobre a jornada para se tornar herói. Somos crianças fingindo que somos pessoas maduras. É uma sensação geral”, observou. “olhe os nossos políticos – são todos inseguros.”
Power Rangers foi uma série que virou cult na TV dos anos 1990. Baseada na série japonesa Super Sentai, já era um frankenstein, ou frankensteen, por sua essência juvenil, com todos aqueles garotos e garotas, ocidentais e hipercoloridos, em movimentadas cenas de lutas que reproduziam técnicas orientais. Nada fazia muito sentido. Predominava a breguice, mas para os jovens era um encantamento. É hora de morfar! Na passagem para o cinema, as roupas colantes viraram armaduras, mas o tom original permanece. O diretor Dean Israelite aposta em uma trama de amadurecimento e descoberta – o (eterno) rito de passagem.
Para quem era jovem ou adolescente, na época, o filme exige o que se poderia definir como certa carência. As tramas da TV nunca se pautaram pela densidade. Agora, o filme toma tempo para definir as personalidades de Jason, Kimberly, Zack, Trini e Billy. Esse último, o ranger azul, é o mais carismático de todos No ‘reboot’ cinematográfico, cada um deles está imerso em seus dramas pessoais. Alimentados por um poder misterioso em uma mina de ouro, descobrem na união uma forma de superar as carências.