krav magá – Elas estão na defensiva

Nas turmas iniciantes do curso, mulheres já são 60% dos alunos

FOTO: divulgação
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Em ‘I love Paraisópolis’, Mari (Bruna Marquezine) tem mostrado que, quando é necessário, defende-se com unhas e dentes. Ou melhor, com braços e pernas. Afinal, eles são muito usados no krav magá, técnica de defesa pessoal que surgiu em Israel. E, assim como na trama das sete a moradora de Paraisópolis já se defendeu de gangues em Nova York, na vida real, as mulheres que praticam a modalidade também viveram situações em que se salvaram de grandes apuros.
“No ano passado, eu estava na Lapa com uma amiga e vi uma situação estranha. Dei um passo para trás e parei, mas não tive tempo de chamá-la. Ela continuou andando. Uns caras passaram correndo e arrancaram o cordão dela. Eu tinha começado o krav magá há uns três meses, mas naquele momento, percebi que já havia trabalhado mais minha percepção, conta a tradutora Luiza Brando (de faixa amarela na foto principal).
Mestre Kobi Lichtenstein, responsável pela Federação Sul-Americana de Krav Magá, vê o crescimento do número de alunas em sala e explica que a técnica promove o bem-estar físico e mental.
“Em turmas iniciais, elas já são 60% dos alunos. E é possível gastar até 800 calorias em uma aula. As alunas ficam com o corpo definido e adquirem maior controle motor e emocional, diz ele, que garante: “pessoas de todas as idades, sexos e tamanhos podem aprender o krav magá.

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O que as mulheres ganham com a prática

corpo definido Depois de pesquisar diversas lutas, Karen Dias, de 31 anos, escolheu o krav magá, que começou a praticar há quatro meses com a intenção inicial de emagrecer: “depois, achei mais interessante porque a técnica vai direto ao ponto, é muito mais resolutiva. No tatame, trabalhamos situações do dia a dia, desde o caso de uma pessoa agarrar o braço da outra até um estrangulamento”, diz a moradora do Catete, que não sabe precisar quantos quilos perdeu até então, mas garante: “estou com o corpo mais definido”. Formada em Psicologia, a morena, que é faixa branca (a primeira de sete graduações) percebeu de imediato a mudança em seu comportamento. “Você aprende que é mais forte do que pensa. E isso influencia psiquicamente. Quando você começa a se perceber mais forte fisicamente, fica mais forte emocionalmente também”,  acredita.
corpo definido
Depois de pesquisar diversas lutas, Karen Dias, de 31 anos, escolheu o krav magá, que começou a praticar há quatro meses com a intenção inicial de emagrecer: “depois, achei mais interessante porque a técnica vai direto ao ponto, é muito mais resolutiva. No tatame, trabalhamos situações do dia a dia, desde o caso de uma pessoa agarrar o braço da outra até um estrangulamento”, diz a moradora do Catete, que não sabe precisar quantos quilos perdeu até então, mas garante: “estou com o corpo mais definido”. Formada em Psicologia, a morena, que é faixa branca (a primeira de sete graduações) percebeu de imediato a mudança em seu comportamento. “Você aprende que é mais forte do que pensa. E isso influencia psiquicamente. Quando você começa a se perceber mais forte fisicamente, fica mais forte emocionalmente também”,
acredita.
resistência A curiosidade pela cultura judaica foi o primeiro passo para Cristina Alves, de 36 anos, procurar o krav magá. “Pensei em unir essa admiração ao meu gosto por exercícios. Quando fiz a primeira aula, percebi que ali eu ganharia muito mais que aptidão física. Antes, havia feito várias outras atividades, como basquete, muay thai e jiu-jitsu, mas nenhuma conseguia manter meu interesse por muito tempo”. E, se antes, a cabeleireira do Cachambi se achava muito estabanada, com a técnica de defesa pessoal, ela ganhou resistência e até conseguiu se sair bem de um tombo. “Quando cheguei à academia, não fazia três flexões nem uma abdominal. Recentemente, caí de uma escada e projetei o meu corpo de tal forma que sofri bem menos e não fiquei com muitos hematomas”, diz ela, que é faixa laranja (a terceira de sete).
resistência
A curiosidade pela cultura judaica foi o primeiro passo para Cristina Alves, de 36 anos, procurar o krav magá. “Pensei em unir essa admiração ao meu gosto por exercícios. Quando fiz a primeira aula, percebi que ali eu ganharia muito mais que aptidão física. Antes, havia feito várias outras atividades, como basquete, muay thai e jiu-jitsu, mas nenhuma conseguia manter meu interesse por muito tempo”. E, se antes, a cabeleireira do Cachambi se achava muito estabanada, com a técnica de defesa pessoal, ela ganhou resistência e até conseguiu se sair bem de um tombo. “Quando cheguei à academia, não fazia três flexões nem uma abdominal. Recentemente, caí de uma escada e projetei o meu corpo de tal forma que sofri bem menos e não fiquei com muitos hematomas”, diz ela, que é faixa laranja (a terceira de sete).
Segurança  Há dez anos no krav magá, Luciana Cabo Petry começou a praticar a técnica por se sentir desprotegida nas ruas: “estava começando a sair à noite e me sentia insegura. Eu já tinha feito vôlei e judô na escola, quando era muito pequena, mas as atividades não chegaram a me contagiar. O krav me conquistou. É muito atual! Uma vez, estava na rua e percebi que estavam vindo me agredir. Consegui me livrar com responsabilidade e segurança. Vi a pessoa vindo para cima de mim. Não sabia se seria um assalto ou coisa pior, mas consegui reagir sem me colocar em risco”. Segundo a universitária de 25 anos, os benefícios também são percebidos no corpo: “graças ao krav, sempre me mantive em forma, nunca tive problema de ganhar peso”, conta a moradora da Gávea , que é faixa verde (a quarta de sete).
Segurança
Há dez anos no krav magá, Luciana Cabo Petry começou a praticar a técnica por se sentir desprotegida nas ruas: “estava começando a sair à noite e me sentia insegura. Eu já tinha feito vôlei e judô na escola, quando era muito pequena, mas as atividades não chegaram a me contagiar. O krav me conquistou. É muito atual! Uma vez, estava na rua e percebi que estavam vindo me agredir. Consegui me livrar com responsabilidade e segurança. Vi a pessoa vindo para cima de mim. Não sabia se seria um assalto ou coisa pior, mas consegui reagir sem me colocar em risco”. Segundo a universitária de 25 anos, os benefícios também são percebidos no corpo: “graças ao krav, sempre me mantive em forma, nunca tive problema de ganhar peso”, conta a moradora da Gávea , que é faixa verde (a quarta de sete).
Atenção Atividades físicas convencionais nunca foram o forte da tradutora Luiza Brando, que começou a praticar o krav magá no ano passado. “Já fiz ginástica olímpica, balé, dança contemporânea e, depois de pesquisar na internet, entrei no krav por ser algo diferente, nada monótono. Queria algum exercício que, além de me manter em forma, pudesse me trazer outro benefício. Eu era muito distraída andando na rua. Agora já fico mais de olho no que está ao meu redor”, conta a faixa amarela (a segunda de sete). De acordo com a moradora de Botafogo, de 25 anos, o crescimento da quantidade de mulheres que praticam a modalidade é notório: “quando entrei, tinha menos. Hoje, faço duas aulas seguidas e em ambas percebo que, a cada dia, as meninas nas salas são mais numerosas”.
Atenção
Atividades físicas convencionais nunca foram o forte da tradutora Luiza Brando, que começou a praticar o krav magá no ano passado. “Já fiz ginástica olímpica, balé, dança contemporânea e, depois de pesquisar na internet, entrei no krav por ser algo diferente, nada monótono. Queria algum exercício que, além de me manter em forma, pudesse me trazer outro benefício. Eu era muito distraída andando na rua. Agora já fico mais de olho no que está ao meu redor”, conta a faixa amarela (a segunda de sete). De acordo com a moradora de Botafogo, de 25 anos, o crescimento da quantidade de mulheres que praticam a modalidade é notório: “quando entrei, tinha menos. Hoje, faço duas aulas seguidas e em ambas percebo que, a cada dia, as meninas nas salas são mais numerosas”.
musculatura firme Depois de tentar se adaptar a muitas outras atividades físicas, Andreia Fiorani, moradora do Jardim Botânico, encontrou-se na técnica de defesa pessoal há dois anos. “Antes, já tinha tentando ioga, natação, jazz... Mas tudo que eu começava eu parava depois de um certo tempo. Nunca tinha me prendido em algo. Fiquei fascinada pelo krav magá porque o treinamento me dá segurança. Quero sempre aprender algo novo e não sinto vontade de parar”. Para a designer, de 29 anos, que é faixa amarela (a segunda de sete graduações), as mudanças no corpo puderam ser percebidas rapidamente: “sinto minha musculatura muito mais firme que antes e consigo ter mais postura também”.
musculatura firme
Depois de tentar se adaptar a muitas outras atividades físicas, Andreia Fiorani, moradora do Jardim Botânico, encontrou-se na técnica de defesa pessoal há dois anos. “Antes, já tinha tentando ioga, natação, jazz… Mas tudo que eu começava eu parava depois de um certo tempo. Nunca tinha me prendido em algo. Fiquei fascinada pelo krav magá porque o treinamento me dá segurança. Quero sempre aprender algo novo e não sinto vontade de parar”. Para a designer, de 29 anos, que é faixa amarela (a segunda de sete graduações), as mudanças no corpo puderam ser percebidas rapidamente: “sinto minha musculatura muito mais firme que antes e consigo ter mais postura também”.
Na ficção: Na novela, Mari já enfrentou Grego (Caio Castro) e Jávai (Babu Santana). Para isso, Bruna Marquezine teve aulas de krav magá
Na ficção: Na novela, Mari já enfrentou Grego (Caio Castro) e Jávai (Babu Santana). Para isso, Bruna Marquezine teve aulas de krav magá

Dica do especialista

De acordo com mestre Kobi, o krav magá não pode ser considerado uma arte marcial nem mesmo um esporte: “diferentemente do judô, por exemplo, a gente não tem regras, juízes e competições. Nas artes marciais, um sempre fica estudando o outro dentro de um ringue e aí dá um bote, uma pancada. A gente espera a ação para reagir”. Com o aumento da violência urbana, o especialista faz questão de esclarecer: “é preciso avaliar o risco antes. Afinal, uma pessoa que é faixa branca não tem a experiência de outra que é faixa-preta. As alunas só devem agir com segurança”. Ele ainda dá um conselho para as mulheres que queiram praticar a técnica: “a primeira coisa a se fazer é uma aula experimental. Muitas vezes, pode haver um preconceito por acreditar que se trata de algo masculino. Mas, ao chegar na sala, a aluna muda de opinião”.
De acordo com mestre Kobi, o krav magá não pode ser considerado uma arte marcial nem mesmo um esporte: “diferentemente do judô, por exemplo, a gente não tem regras, juízes e competições. Nas artes marciais, um sempre fica estudando o outro dentro de um ringue e aí dá um bote, uma pancada. A gente espera a ação para reagir”. Com o aumento da violência urbana, o especialista faz questão de esclarecer: “é preciso avaliar o risco antes. Afinal, uma pessoa que é faixa branca não tem a experiência de outra que é faixa-preta. As alunas só devem agir com segurança”. Ele ainda dá um conselho para as mulheres que queiram praticar a técnica: “a primeira coisa a se fazer é uma aula experimental. Muitas vezes, pode haver um preconceito por acreditar que se trata de algo masculino. Mas, ao chegar na sala, a aluna muda de opinião”.