Indaiatuba não tem profissionais suficientes para os autistas

A prefeitura anunciou no final do mês de maio uma nova parceria com o Ciaspe (Centro de Inclusão e Assistência à Pessoas com Necessidades Especiais) para justamente ampliar o atendimento aos pacientes portadores de Transtorno do Espectro Autista em Indaiatuba. Louvável medida, porém que carece de melhor comunicação por parte do poder público. Isso porque alguns pais e mâes de autistas, em conversa com o Jornal Exemplo, relataram que a proposta inicial, apresentada oficialmente, indicava um atendimento de trinta minutos por três vezes na semana para os pacientes encaminhados pelo Espaço Avançar ou Centro PcD. Esse modelo já seria insuficiente para a demanda. Todavia, na prática, as mães e pais já foram avisados que o tal atendimento será inicialmente de uma vez por semana de trinta minutos. Uma redução de quase 70%. E com o tempo haverá o aumento do atendimento.

Os pais têm mais reclamações: uma delas de que o atendimento aos adultos “está parado há quatro anos” e, portanto, a expressão ampliação não cabe. Além disso, os tutores de portadores de TEA ainda não tiveram acesso ao conteúdo dos atendimentos, a duração total do programa e outros detalhes.

Avançar?
A questão de cuidado com os autistas por parte do poder público, exigência moral para qualquer governo, aparentemente ainda não está bem encaminhada na cidade. O Espaço Avançar – responsável por atendimento ambulatorial multiprofissional, nas áreas de psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, psiquiatria, nutrição, serviço social e esporte adaptado, para crianças e adolescentes com o diagnóstico de autismo, com idades de 2 a 14 anos – de acordo, outra vez, com pais e mães de autistas (usuários finais), está sem o quadro de profissionais completo. A saber: sem fisioterapeuta, fonoaudióloga, psiquiatra, arteterapeuta e musicoterapeuta suficientes. Alguns desses profissionais se desligaram há meses e não foram repostos.

Em que pesem todas as questões de gestão, naturalmente enfrentadas pelo poder público, as seguidas reclamações dos pais de portadores de TEA não podem ser ignoradas. Principalmente, diante da condição de vulnerável dos pacientes do Espaço Avançar e, mesmo, de boa parte dos jovens adultos.

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