Coração de técnico alemão já bate no peito de uma carioca

Stefan Henze sofreu um acidente de carro e teve traumatismo craniano texto: Flávia Junqueira/todo extra | foto: reprodução/twitter
Stefan Henze sofreu um acidente de carro e teve traumatismo craniano
texto: Flávia Junqueira/todo extra | foto: reprodução/twitter

Após cinco horas de cirurgia, o coração do técnico de canoagem da delegação alemã Stefan Henze voltou a bater no peito de uma carioca que aguardava há mais de um ano na fila de transplantes. A operação, realizada no Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, terminou na madrugada de segunda-feira (15).
Segundo o diretor do INC, o cirurgião Andrey Monteiro, a paciente passa bem e tudo corre dentro do
esperado.
Chefe da equipe que realizou o transplante, o cirurgião cardíaco Alexandre Siciliano destacou a atitude da família do doador: “a doação de órgãos é a expressão máxima de amor ao próximo. Hoje, temos um sistema de transplantes sério e transparente. Isso é fundamental para que mais pessoas tomem essa
atitude”.
A família do atleta autorizou também a doação de rins e fígado.
Cerca de 30 pessoas, divididas em duas equipes, participaram do transplante: uma fez a captação do órgão, e a outra implantou o coração na paciente, portadora de uma doença cardíaca que gera um coração aumentado.
O INC, hoje única unidade pública no estado que faz transplante cardíaco sistematicamente, realiza em média 12 cirurgias do tipo ao ano.
Stefan Henze, de 35 anos, sofreu um acidente de carro na sexta-feira (12), na Barra. Ele estava acompanhado de outro integrante da delegação alemã, Christian Käding, quando pegou um táxi para retornar à Vila Olímpica. O veículo bateu em um poste na Avenida das Américas. Christian se feriu levemente. O taxista não deu entrada em unidades de saúde, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Henze teve traumatismo craniano e morreu na segunda-feira (15), no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon.
Henze foi levado inicialmente para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra. Em função do traumatismo craniano grave, foi transferido para o Miguel Couto, onde passou por uma cirurgia.