Briga boa entre sedãs

Toyota Corolla é o preferido no segmento

O Corolla é superior em espaço interno, conforto, conjunto mecânico, custo de seguro e refinamento a partir de R$ 69.900
O Corolla é superior em espaço interno, conforto, conjunto mecânico, custo de seguro e refinamento a partir de R$ 69.900

A liderança absoluta do Toyota Corolla entre os sedãs médios faz com que as concorrentes estejam sempre se mexendo para se manterem competitivas. Honda, Volkswagen e Chevrolet fizeram alterações recentes em seus modelos. A japonesa ‘ressuscitou’ o Civic EXR, de topo, a R$ 88.400. Aqui, no entanto, o segundo colocado no ranking comparece em uma versão mais simples, desafiado, ao lado do Corolla, pelos reestilizados Jetta e Cruze.
Neste comparativo, consideramos as opções com câmbio automático mais acessíveis: Corolla GLi, a R$ 69.990, Civic LXS, por R$ 73.900, Cruze LT, que custa R$ 73.690, e Jetta Trendline, a R$ 75 mil – essa configuração estará à venda no fim deste mês.
A vitória foi do Toyota, mas por margem bem apertada. O Corolla é superior em espaço interno, conforto, conjunto mecânico, custo de seguro e refinamento. Os rivais apertam o cerco, com virtudes distintas e variedade de opções.
O grande mérito do Corolla é reunir o que é mais importante para o consumidor de sedãs médios: conforto, espaço e um emblema desejado por muitos na grade dianteira. É certo que, pelos R$ 69.900 que a marca pede pela versão GLi com câmbio automático, não se leva muito mais do que isso.
O sedã é extremamente enxuto em equipamentos, tanto que nem há sistema de som de série. Além disso, falta requinte ao acabamento.
No entanto, os 2,7 metros de entre-eixos superam os dos rivais e dão amplitude à cabine e o porta-malas só perde para o do Jetta. Há, ainda, a aura de ‘inquebrável’ atribuída aos Toyota pelos brasileiros.
O câmbio CVT conversa muito bem com o 1.8 de 144 cv e 18,4 mkgf quando abastecido com etanol. A transmissão responde bem aos comandos do pé direito e é a que melhor consegue extrair a força do motor.
Essa caixa tem opção de modo manual, que simula sete marchas, mas dificilmente o recurso será necessário, dada a boa interação com o motorista mesmo no automático.
Além da GLi, há as versões XEi e Altis, de topo, lotadas de equipamentos. Mas elevam o preço do sedã para um patamar próximo dos R$ 100 mil, algo excessivo para a categoria.

civic é MAIS ‘ESPERTO’
O Honda Civic ficou com o segundo lugar do comparativo pelo conjunto que combina desempenho coerente, custo – benefício interessante (embora seja mais caro que o Corolla, também é mais bem equipado), cesta de peças dentro da média e apólices de seguro entre as mais em conta do quarteto.
O Honda feito em Sumaré (SP) traz na direção direta, na suspensão firme e nas boas respostas do 1.8 de 140 cv a receita para uma tocada mais animada que a dos demais.
Por outro lado, isso acaba tirando dele pontos em conforto de rodagem. Ao mesmo tempo em que é o mais esperto, não consegue ‘ser calmo’ e confortável em longas viagens, por exemplo.
O câmbio automático de cinco marchas é silencioso e faz seu trabalho quase sem ser notado, mas a suspensão transmite demais as imperfeições do solo para o interior.

JETTA TEM MAIS
REQUINTE
Se o resultado deste comparativo fosse baseado em requinte e refinamento interno, certamente a vitória seria do Jetta. Mesmo nas versões mais simples, como a nova Trendline, que parte de R$ 75 mil sempre com câmbio automático, o modelo mexicano traz cabine bem montada, silenciosa e elegante. A recente reestilização deu ao VW volante de Golf e novos mostradores.
O maior problema do Jetta é o motor das versões Trendline e Comfortline. O já defasado 2.0 de 120 cv é bem mais fraco que o dos concorrentes e faz o sedã ficar para trás até na hora de ultrapassar aquele caminhão bitrem na
estrada.

CRUZE É BEM EQUIPADO
Mesmo com o leve ‘tapa’ no visual aplicado ao Cruze no fim do ano passado, o sedã Chevrolet manteve as linhas relativamente simples, mas bem finalizadas. A cabine é confortável, tem bom acabamento e, mesmo a versão básica, LT, é bem equipada.
Há airbags laterais, controles de estabilidade e tração (é o único do quarteto a trazer esses itens de série), além de sistema de som com Bluetooth.