Após quase dois anos, ele está de volta: Citroën C3

Carro está bem mais simples e disputa mercado no segmento de “entrada”

O Citroën C3 está de volta ao Brasil após um hiato de quase dois anos, completamente diferente do anterior. Além dos novos visual, mecânica e sistemas eletrônicos, o compacto feito em Porto Real (RJ) foi reposicionado e tem preço sugerido a partir de R$ 68.990. Com isso, o modelo, que nas gerações anteriores era oferecido como um produto do segmento “premium”, passa a disputar compradores com veículos de entrada. Para comparação, o Renault Kwid, carro mais barato do Brasil, tem tabela inicial de R$ 65 790.

Mais simples
O novo C3 ficou bem mais simples que o antecessor. Nas versões mais baratas, o motor é 1.0 com potência de até 75 cv e torque de 10 mkgf com etanol. Trata-se do mesmo três-cilindros de Fiat Argo e Peugeot 208. As três marcas, além da Jeep e da RAM, fazem parte do Grupo Stellantis. O câmbio é manual de cinco velocidades.
Há também opções com motor 1.6 de quatro cilindros, que gera até 120 cv e 15,7 mkgf. Nesse caso, há câmbio automático de seis marchas na versão Feel Pack, como a avaliada, cujo preço parte de R$ 93.990. Trata-se de um dos carros automáticos mais baratos do País.

Independentemente da mecânica, o novo C3 é moderno por fora e simples por dentro. Na cabine, os materiais de acabamento são modestos, com texturas ásperas ao toque. Nas versões de entrada, não há acionamento elétrico das janelas traseiras. E quando há, os botões ficam entre os bancos.

O Citroën não tem espelhos elétricos. Os comandos do ar-condicionado, por botões giratórios, são bem “anos 2000”, assim como os apoios de cabeça integrados ao encosto dos bancos, no caso da versão 1.0.

O quadro de instrumentos tem um pequeno visor monocromático com velocímetro digital, marcador do nível de combustível, hodômetro, consumo médio e outros poucos dados. Não há conta-giros.

Trunfos
Mas o novo C3 tem seus trunfos. O principal é o espaço – atrás, onde vão até três pessoas, há duas entradas USB nas versões mais caras. Com 315 litros, o porta-malas é um dos maiores da categoria.

O kit multimídia vem a partir da versão Live Pack, tabelada a R$ 74.990. A tela, no topo do painel e em posição horizontal, tem 10 polegadas e as imagens são de alta qualidade.

O sistema tem processamento rápido e espelha celulares Android e iOS sem uso de cabo. Mas faltou o carregador por indução e um chip nativo de conexão com a internet.

No quesito segurança, o Citroën traz controles eletrônicos de estabilidade e tração, assim como assistente de partida em rampas, direção com assistência elétrica e monitor de pressão dos pneus. Porém, só há os dois air bags obrigatórios por lei. Os protetores de cárter e da base das portas, como no carro das fotos, são opcionais. O Citroën tem rodar equilibrado e macio graças, em parte, à altura em relação ao solo, de 18 cm. Os bons ângulos de entrada (frente) de 23º e saída (traseira) de 39º ajudam a encarar valetas, lombadas, vias de terra e asfalto deteriorado.

Consumo
Em relação ao consumo, com apenas gasolina o motor 1.6 faz médias de 10,3 km/l na cidade e de 12,4 km/l na estrada. Com etanol, são 10,4 km/l e 8,5 km/l, na mesma ordem.

No caso do 1.0, são 12,9 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada com gasolina. Os números são de 10 km/l e 9,3 km/l com etanol. Todos os dados foram divulgados pela fabricante. O carro tem força para acelerar, mas o isolamento acústico não é lá essas coisas e o ruído do motor 1.6 invade a cabine. Como uma parte do desenvolvimento foi feita no País, o novo C3 tem bons atributos para agradar os brasileiros.

Segundo a marca, a versão mais vendida deverá ser a Feel, de topo com motor 1.0. Nesse caso, a tabela é de R$ 78.990.

Texto: Diogo de Oliveira/Agência Estado & Fotos Divulgação