Troller T4 e Jeep Renegade se enfrentam

Renegade a diesel vem com câmbio automático

Versátil, o SUV da Jeep alia conforto para a família em viagens e no uso urbano ao ótimo comportamento no fora de estrada
Versátil, o SUV da Jeep alia conforto para a família em viagens e no uso urbano ao ótimo comportamento no fora de estrada

Eles são diferentes em vários pontos. Um deles é bem-acabado, confortável e trata seus ocupantes com cuidado. O outro é maior, um tanto rústico e não tem lá boas maneiras com quem transporta. Mas Renegade e T4 são similares em vários aspectos, como a origem nordestina (o primeiro é pernambucano e o outro, cearense), motor movido a diesel, tração 4×4, ótima capacidade off-road e preço sugerido: o do Troller é de R$ 114.958 e o do Jeep vai de R$ 99.900 (Sport) a R$ 116.900 (Trailhawk). A Longitude, intermediária, é tabelada a R$ 109.900.
Em movimento, as diferenças se destacam. O Renegade, que nas configurações a diesel vem de série com câmbio automático de nove marchas, foi criado para satisfazer tanto no asfalto quando fora dele.
Versátil, alia conforto para a família em viagens e no uso urbano ao ótimo comportamento no fora de estrada. A suspensão, bem ajustada, mantém o Jeep estável em piso pavimentado e transforma os trechos esburacados em ‘tapetes’. Praticamente não há transferência de solavancos para a cabine. A direção elétrica é leve e precisa, e o câmbio facilita muito a vida do motorista.
Trocando em miúdos, por pior que esteja a situação sob o carro (lama, pedra, areia, buracos), há vários sistemas feitos para isolar os ocupantes.
Já o Troller não tem esses filtros. É um jipe em estado bruto. Só há câmbio manual (de seis velocidades) e, como as marchas ficam bem próximas umas das outras, nem sempre é fácil encontrar a desejada.
“Precisa de tempo para se acostumar”, afirma o empresário Celso Macedo. Ele é piloto de rali nas horas vagas e dono do carro utilizado neste comparativo – a Ford (controladora da Troller) não dispunha de unidades para empréstimo.
O T4 perde no quesito câmbio, mas supera o Renegade em motor: o Troller vem com o mesmo 3.2 Duratorq de cinco cilindros, 200 cv e 47,9 mkgf da picape Ranger. O Jeep, por sua vez, traz o 2.0 Multijet de 170 cv e 35,7 mkgf.
O resultado é que o Troller responde com muito vigor aos comandos do acelerador. Em ralis, onde o T4 costuma se sair bem, isso é útil porque basta um toque no pedal da direita para a traseira desgarrar nas curvas e a dianteira ‘apontar’ para a próxima reta.
Mas o motorista (ou piloto) precisa se segurar, porque na terra o carro sacode bastante e não há apoio para o pé esquerdo, nem airbags – a obrigatoriedade das bolsas infláveis não inclui os carros off-road.
Por ser alto, o Troller passa literalmente por cima dos obstáculos. Também leva vantagem ante o Jeep nos ângulos de entrada e saída, encarando os barrancos sem raspar os para-choques. O Rene-
gade acompanhou o T4, mas voltou para casa com hematomas.
Por outro lado o Jeep é bem mais confortável, espaçoso e silencioso. Pode ter navegador GPS e câmera traseira, que o T4 nem sabe o que são. E acomoda três pessoas atrás.
No T4, o pequeno banco traseiro só acomoda crianças. O porta-malas do Renegade também é bem maior.