Hábitos saudáveis

De forma divertida e ilustrada, livro mostra cruzada contra a obesidade infantil

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Bolochinha era um menino bem gordinho. Cresceu entre balas, chocolates, sandubas, salgadinhos. E, por sua gula, coitadinho, era, invariavelmente, o alvo preferido dos colegas magros. Até conhecer uma vida mais saudável e emagrecer.
A história é fictícia, mas bem que poderia ser de tantos garotos e garotas que estão por aí se empanturrando de guloseimas e crescendo cheios de complexos por não estarem dentro de um padrão.
De acordo com dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34,8% das crianças brasileiras, com idade entre 5 e 9 anos, têm peso maior que o considerado saudável pela Organização Mundial da Saúde. Ainda segundo o IBGE, cerca de 10% das crianças e adolescentes brasileiras estão acima do peso. Não é brincadeira.
Ex-gordinho e preocupado com que outras crianças não passem pelos mesmos constrangimentos pelos quais passou na infância, e aprendam que ter hábitos saudáveis nesse período prolonga a vida adulta, o endocrinologista Luciano Negreiros decidiu liderar uma cruzada contra a obesidade infantil sem parecer o tio ‘chato’. Ele está lançando seu segundo livro sobre o tema, Os Superamigos Saudáveis, pela Editora Zelo, todo ilustrado e com linguagem Infanto-Juvenil, onde se conhece a história de Bolochinha, Sua Turma e Seus Inimigos: a Bruxa Gula e o Bicho Preguiça.
”Sofri bastante na infância e sempre quis ajudar quem tivesse o mesmo problema. O livro ensina de maneira divertida a combater a obesidade infantil”, alerta o médico, que garante que sem o envolvimento da família, a criança não consegue atingir seus objetivos. “Não é para ter pena de quem está fazendo dieta. Pena é a criança crescer doente e deprimida por se ver diferente dos outros”.

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Dica do especialista

“Dificilmente, a criança vem de uma família magra e ela é a única gordinha. O fator genético interfere e muito. Se os pais comem errado, esse filho também vai se alimentar mal. Fora que existe uma infinidade de tentações nos supermercados. Tem criança que nem sabe direito o gosto de uma fruta. E pela correria do dia a dia, os pais, por não quererem começar uma discussão, acabam cedendo e fazendo o que o pequeno quer. Quando chegam ao meu consultório, normalmente a história é a mesma: pais gordinhos, horários errados de alimentação, muita gordura e açúcar no cardápio diário e nenhuma atividade física. Além de a maioria se mostrar deprimida pelo bullying praticado contra os gordos. Converso muito, oriento e  não proíbo nada, porque isso não dá certo. Mas passo uma dieta que vai se adequar a cada estilo de vida. O primeiro mês é crucial para se ter um resultado. Tudo é questão de hábito. E não adianta afrouxar quando a criança quer sair da linha. Por isso, peço aos avós: não os recompensem com comida. Quer ajudar seu netinho ou netinha? Incentive-o a manter-se saudável, dê uma bola para a prática do esporte, incremente a saladinha. A recompensa é sentir-se bem e com saúde para uma vida longa”.

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