Retrospectiva 2014

Copa e eleições forçaram reinvenção da roda na tela

Diretor buscou na música a magia do universo lúdico de Meu Pedacinho de Chão
Diretor buscou na música a magia do universo lúdico de Meu Pedacinho de Chão

Teve Copa, ao contrário de todos os prognósticos, e não houve canal que não lucrasse com o futebol. Mesas-redondas se multiplicaram até em emissoras sem os direitos de transmissão do mundial. No SporTV, uma delas, feita justamente para atrair um público novo ao tema, ganhou sobrevida depois que o mundial acabou: Extraordinários misturou Paulo Miklos com ex-cassetas, Xico Sá e Eduardo Bueno, e fez audiência O cenário do canal, uma bola de vidro na Ilha Fiscal, no Rio, foi de uma engenharia fora do comum, o que já motiva canais abertos e pagos a pensar de que forma se superar na Olimpíada, em 2016.
O que não se esperava era que o assunto eleições despertasse no espectador um interesse à altura do futebol. Mas, a julgar pela reincidência de debates em quatro canais, a cada turno, com fôlego para multiplicar a audiência a cada embate, o resultado foi surpreendente. Nunca antes o sujeito da poltrona se mostrou tão interessado em discutir quem ganhou o debate.
Do estádio às urnas, as redes sociais foram parceiras infalíveis da audiência – e da difusão das mais estapafúrdias teorias de conspiração, segmento que se encarregou de atribuir diversas versões à saída de Patrícia Poeta da bancada do Jornal Nacional. Após três anos à frente do noticiário mais visto do país, ela deixou o posto e anunciou que pretende se dedicar a um novo programa de entretenimento, sem desprezar a experiência jornalística. Para o seu lugar, a Globo escalou Renata Vasconcellos, que abriu vaga para Poliana Abritta no Fantástico.
A Globo também descobriu que o brasileiro quer notícia desde o raiar do sol, e lançou o telejornal Hora 1, às 5h, derrubando pela metade a audiência do SBT, que navegava sozinho a essa altura, com um noticiário gravado. A notícia, como se viu, fez a diferença na TV.

Destaques nacionais

‘Tá no Ar: A TV na TV’: Humorístico de Marcius Melhem, Marcelo Adnet e Maurício Farias rompeu pasteurizado politicamente correta na Globo, com sátiras à concorrência e publicidade.

‘Amores Roubados’: Série da Globo usou com maestria recurso de suspense entre um capítulo e outro, com exibição diária e esmero de produção.

‘Plano Alto’: Série da Record fez boa reconstituição das manifestações de junho de 2013 e mergulhou nos bastidores políticos, foco pouco frequentado por nossa ficção.

‘Que Monstro Te Mordeu?’: Produção infantil de Cao Hamburger. Mistura bonecos e humanos, explorando medos, pela Cultura.

‘Meu Pedacinho de Chão’: Novela se arriscou com louvor no terreno da fábula e em formato mais curto, com produção artesanal na cenografia e figurino.