Uma vida de altos e baixos

Transtorno bipolar, abordado em novela, atinge até 15 milhões

Foto: matéria: Camilla Muniz | foto: Caiuá Franco/Rede Globo/Divulgação
Foto: matéria: Camilla Muniz | foto: Caiuá Franco/Rede Globo/Divulgação

De um extremo a outro, Nelita (Bárbara Paz), da novela ‘A Regra do Jogo’ (TV Globo), transita entre períodos de euforia e outros de depressão. Assim como a personagem, cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sofrem de algum grau de transtorno bipolar, segundo estimativas da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB). Quando mais cedo a doença for diagnosticada, melhor é a evolução do tratamento, que permite à pessoa levar a vida sem comprometimento dos relacionamentos pessoais e da profissão.
De acordo com o psiquiatra Rodrigo Pessanha de Castro, o transtorno bipolar se caracteriza pela alternância de fases de exaltação (conhecidas como mania) e de depressão, que podem ser intercaladas por períodos de normalidade. Aceleração do curso do pensamento e da linguagem, agitação psicomotora, desinibição e comportamentos socialmente inapropriados são sintomas da mania. Na depressão, há predominância de rebaixamento do humor, redução do ânimo e iniciativa e ideias recorrentes de autodesvalorização e ruína pessoal.
“São fases que duram bastante. O paciente não experimenta as duas sensações no mesmo dia, como se pensa popularmente”, explica o médico, mestre em Psiquiatria pela UFRJ.
Segundo a psiquiatra Alexandrina Meleiro, da Associação Brasileira de Psiquiatria, pessoas com transtorno bipolar ficam em estado de depressão em 60% a 70% da vida. Se não tratadas, as fases podem durar de dois a seis meses.

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Causas: A origem do transtorno bipolar está ligada a fatores genéticos, traços da personalidade e fatores ambientais. Pessoas com personalidade borderline (que não toleram muito bem a frustração) têm mais risco.
Sintoma: A fase de depressão costuma se instalar gradualmente. A pessoa vai sentindo uma tristeza e um mal-estar que se ampliam devagar.
Graus de intensidade: Alguns pacientes apresentam a mania e a depressão no mesmo grau de intensidade (bipolar tipo 1). Outros podem ter quadros de euforia mais leves (bipolar tipo 2).
Tratamento: O paciente é submetido à psicoterapia e remédios.

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