Gordura nem sempre é vilã

Na quantidade adequada, gorduras fazem bem ao organismo

18---Gordura-boa-2“Corte o açúcar, o carboidrato, a gordura”. Essas são, muitas vezes, palavras de ordem para emagrecer ou para uma vida saudável. Mas será que é preciso tudo isso? Parece que a história não é bem essa. A gordura não é sempre a vilã.
Em equilíbrio e nas proporções certas, ajuda em diversos mecanismos do corpo. Conhecer os vários tipos e suas fontes é a melhor forma de aproveitá-la e evitar problemas.
“Tudo depende da quantidade. Aquela gordura da picanha, por exemplo, pode ser ruim, traz riscos de doenças cardiovasculares. Mas, em equilíbrio com outras gorduras e alimentos, pode estar dentro de um plano alimentar. É preciso desmistificar que só existe gordura boa ou ruim” – afirma a nutricionista Vanessa Montera, mestre em Ciências Cardiovasculares pela UFF.
Essa má fama das gorduras pode estar associada ao fato de que elas agregam valor calórico alto aos alimentos.
“Contar caloria não é o principal no emagrecimento ou na saúde. Mais que calorias, alimentos com gorduras podem vincular micronutrientes importantes, como vitaminas” – pontua Vanessa.
O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni explica que cerca de 35% das calorias diárias devem vir de gordura: em torno de 20% de monoinsaturadas, 10% de poli-insaturadas e 5% de saturadas.
“Elas fornecem energia, atuam na formação da membrana celular, melhoram a imunidade, formando mais células de defesa, ajudam no desenvolvimento de crianças, agindo na formação das células do sistema neuropsicomotor” – enumera o médico.

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Em excesso,
há riscos

Por outro lado, o consumo exagerado de gorduras pode trazer riscos, como de enfarte.
“Ao se acumularem no coração, fígado, pâncreas, causam funcionamento inadequado desses órgãos” – explica Ricardo Mourilhe, presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro.
Para evitar problemas, ele diz que as recomendações nutricionais devem estar de acordo com o bolso: “o óleo de soja no preparo do alimento, em quantidade moderada, não fará mal. O vilão é a quantidade. O azeite de oliva é um óleo de qualidade melhor, mas é imensamente mais caro” – observa.
Sobre o óleo de coco, ele pondera que não há qualquer comprovação de que tenha efeito na redução de peso ou na melhora do colesterol.