COMPARATIVO, Porsche Macan encara Jaguar F-Pace

Modelo da Jaguar é mais confortável que o rival

texto: Por Rafaela Borges/agência estado | fotos: divulgação

Durante a apresentação do F-Pace, em 2016, no Salão de Paris, os executivos da Jaguar deixaram claro qual era o alvo do SUV inédito: o Porsche Macan. Os dois carros, de fato, têm muito em comum: são semelhantes em dimensões e produzidos por marcas emblemáticas – a alemã é tradicionalmente focada em carros esportivos e a britânica, em luxuosos. E é exatamente o contraponto entre esportividade e sofisticação que dá o tom a este comparativo entre a nova versão de entrada do Macan, com motor 2.0 de quatro cilindros a gasolina, e o F-Pace com seu 2.0 turbodiesel.
Os dois têm preço semelhante. O Macan, com potência de 252 cv, sai a R$ 321 mil. O destaque é a ótima dirigibilidade, que se traduz em esportividade (marca registrada da Porsche). A versão Prestige do F-Pace, com motor 2.0 turbodiesel de 180 cv, custa R$ 322.500. Por investir no conforto e ter excelente autonomia, é a versão mais racional da gama.
Embora cada um seja focado em um tipo de consumidor, o F-Pace conseguiu levar a melhor nas notas do comparativo. O Jaguar é mais espaçoso, tem porta-malas mais versátil e é superior em ergonomia, consumo e usabilidade.
Por isso, trata-se da vitória da racionalidade. O Macan, muito bem-acabado e tão belo por fora quanto o F-Pace, agradará mais quem faz questão de esportividade. Até por isso, seu ponto fraco é o conforto: o motorista do Porsche chega a ficar cansado após longo trajetos, principalmente se houver predominância de piso irregular. Trata-se de um utilitário-esportivo que transborda emoção.
Tanto que somente nos quesitos que remetem a esportividade o Macan consegue dar uma ‘surra’ no F-Pace. Mesmo com torque inferior e peso semelhante, o Porsche é dois segundos mais rápido que o Jaguar para ir de 0 a 100 km/h. O alemão acelera com vigor e tem um câmbio automatizado de sete marchas rápido e preciso.
O motor fica sempre acima das 2.000 rpm (o conta-giros, aliás, fica no centro do painel), para permitir respostas imediatas. É como se o carro estivesse implorando para acelerar mesmo contra a vontade do motorista. Se isso é bom para agilidade, acaba comprometendo o consumo (8 km/l na cidade).


O Jaguar não faz feio na hora de acelerar, mas é mais lento que o Porsche. Seus 43,9 mkgf (37,7 mkgf no Macan) estão disponíveis em faixa menor de rotação, como é típico de motores a diesel. Em compensação, ele faz 10,6 km/l na cidade. Também merecem destaque no F-Pace os baixíssimos níveis de ruído e vibração do propulsor.
A estabilidade é um dos pontos fortes do Macan. O ajuste de suspensão é rígido e as respostas de direção, mais diretas que as do rival. Guiar o Porsche em alta velocidade e encarar curvas é equivalente a dirigir, nas mesmas condições, um carro mais baixo e esportivo.
O Jaguar não passa a sensação de insegurança ao motorista, principalmente no modo de condução dinâmico, que deixa sua suspensão um pouco mais dura. No entanto, seu foco é o conforto, quesito em que é muito superior ao Porsche. Os ocupantes do F-Pace mal tomam conhecimento das imperfeições do solo.
O Jaguar acomoda melhor seus passageiros atrás, mas, como o Macan, penaliza quem viajar no meio por causa do túnel central muito alto. O porta-malas do F-Pace tem capacidade semelhante à do rival, porém é mais alto, o que facilita a acomodação de bagagens.
De série, só o Jaguar traz ajuste elétrico do volante e câmera na traseira, além de rodas de 20” – as do Porsche têm 19”. Pesa contra o F-Pace as duas zonas de temperatura do ar-condicionado, ante três do Macan. Os dois saem de fábrica com seis airbags e assistência a manobras de estacionamento.