Como cuidar do seu pet

Mudanças de estação requerem mais atenção com os cães e gatos

22---Mundo-animalO inverno mal se despediu este ano. O calor chegou antecipando a primavera e deixando o clima seco e mais quente que o normal nesse período, mudanças que afetam a saúde das pessoas e também dos animais.
Para cuidar melhor do seu cão ou gato nessa primavera, confira as dicas da médica veterinária do HiperZoo, mega store pet de Curitiba, Jaqueline Silveira, e da farmacêutica Sandra Schuster da docg., primeira empresa de vendas diretas de produtos para pets.

dicas

1 Pele e pelagem: mudanças de estação significam troca da pelagem. Quedas de pelos em grande quantidade são normais, desde que não apresentem falhas ou sinais mais graves. “Com a troca de pelos a pele fica mais sensível podendo desencadear, com maior facilidade, eritemas (vermelhidão), pústulas (infecção bacteriana secundária), prurido (coceira) ou outros sinais dermatológicos mais graves. Nesses casos deve-se consultar um médico veterinário imediatamente”, indica a veterinária Jaqueline.
Outra dica importante é realizar a escovação adequada. A indicação é escovar os cães e gatos no mínimo 3 vezes por semana, principalmente os animais de pelos longos. Assim, evita-se que os pelos embolem e retira-se o excesso de resíduos da pelagem. Segundo a veterinária, existem escovas adequadas ao tipo e comprimento dos pelos e também aquelas que prometem retirar os subpelos mortos, evitando assim que a pelagem embole e fazendo com que a pele respire melhor.
Essa época do ano também pode ajudar a ressecar a pele e deixar os pelos dos pets mais opacos. Nesses casos pode-se fazer o uso de suplementos e produtos tópicos, além de aumentar a frequência de hidratações no banho.

2 Banho e tosa: as tosas também ajudam a refrescar os pets, mas deve-se atentar ao que é indicado para cada raça e cuidar para não deixar a pele do animal muito exposta, afinal a principal função dos pelos é justamente proteger a pele contra as agressões do clima e da exposição solar. Uma dica, segundo Jaqueline, é caprichar na tosa higiênica e estendê-la até o peito do animal. Dessa forma ele consegue se refrescar, principalmente quando se acomoda em superfícies mais frias.
Já para o banho, a dica é investir em produtos específicos para o tipo de pelo do animal. “Deve-se pensar no banho não apenas com o objetivo de limpeza, mas também de proporcionar hidratação, cuidado e prevenção de acordo com a pelagem do animal”, recomenda Sandra.

3 Proteção solar: algumas raças são mais sensíveis à exposição solar, como as de pelos curtos e pele branca. Os locais mais afetados são focinhos e orelhas, mas alguns pets são tão sensíveis que devem utilizar protetor na barriga e regiões com pouco pelo e, ainda, evitar o sol nos períodos mais intensos, para não correrem o risco de desenvolver lesões de queimadura solar e até mesmo melanoma (câncer de pele). Nesses casos, recomenda-se o uso do protetor solar veterinário, encontrado comercialmente pronto, com FPS 15 e 30, ou manipulado conforme prescrição.

4 Ectoparasitas: os ovos dos ectoparasitas (pulgas, carrapatos, piolhos, moscas e mosquitos) eclodem nas épocas do ano mais quentes, fazendo com que as larvas precisem se alimentar para seu desenvolvimento e reprodução. Para proteger os pets devemos utilizar antipulgas e carrapaticidas durante o ano todo, mas o cuidado deve ser redobrado nos períodos de mais calor, afinal além do incômodo com coceiras, os ectoparasitas transmitem doenças e podem causar alergias como a dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP).

5 Doenças e vacinação: a combinação calor e chuva, comum na primavera, contribui para a proliferação de doenças como a Leptospirose, uma doença bacteriana transmitida para os cães de forma direta, através do contato com o vetor – o rato e sua urina contaminada – e de forma indireta, através de tecidos, alimentos e água contaminados. Essa bactéria penetra a pele, em mucosas ou lesões, ou ainda pode ser inalada. É uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para os humanos, e os cães podem ser transmissores mesmo não apresentando sinais clínicos.
A principal forma de prevenção se faz com a vacinação anual, ou semestral em locais de maior incidência e presença de ratos. As vacinas múltiplas para cães, como óctupla e déctupla apresentam proteção contra alguns sorovares (tipos) de leptospiras presentes no Brasil. Além disso é muito importante a higienização dos quintais e locais onde ficam os pets.

6 Passeios: segundo a veterinária, deve-se evitar passear com os pets nos horários mais quentes do dia, das 10h às 16h, pois dessa forma reduz-se os riscos de queimaduras nos coxins (almofadinhas das patas), desidratação, queimaduras solares na pele, dificuldades respiratórias e de troca de calor. Cães e gatos não possuem glândulas sudoríparas, fazem a troca de calor apenas via coxins, focinho e língua, por isso sofrem muito mais com os efeitos das altas temperaturas que os humanos.