Poluentes detectados na água bruta, captada pelo SAAE Indaiatuba, ultrapassam limites máximos permitidos

ÁGUA COM MAL CHEIRO

04 - Rio JundiaíRio Jundiaí possui nível classe 4 que permite apenas a navegação e harmonia paisagística

Exame laboratorial detecta poluentes além dos limites

A qualidade da água fornecida pelo SAAE-Indaiatuba vem sendo motivo de constantes reclamações de moradores em diversas regiões do Município. Em matéria publicada recentemente nos Jornais EXEMPLO E METRÓPOLE, antecipamos a informação de que moradores e entidades estariam mobilizando-se para contratar laboratório particular especializado na coleta de amostra e exame da qualidade da água captada e fornecida, já que com frequência o precioso líquido chega nas torneiras exalando mal cheiro, gosto ruim e com cor escura.

Exame laboratorial detecta poluentes além dos limites 
Os relatórios de ensaios emitidos pelo laboratório traz informações assustadoras de que “Segundo o Artigo 16 do CONAMA Resolução N° 357, de 17 de Março de 2005, que estabelece limites para as águas doces de classe 3: O(s) parâmetro(s) DBO, Sólidos Dissolvidos Totais, Nitrito, Fósforo Total ultrapassam os limites máximos permitidos. O parâmetro nitrogênio amoniacal ultrapassa o limite máximo permitido”.

A classificação de um rio como classe 3, significa que a água bruta está no limite permitido para captação, já que o nível classe 4 permite apenas a navegação e harmonia paisagística, sendo proibida a captação para consumo até mesmo de animais.

Rio Jundiaí, de classe 4 (NÃO PERMITIDO), fica classe 3 (PERMITIDO) apenas quando chega em Indaiatuba. COINCIDÊNCIA OU MILAGRE?
Em resposta a ofício encaminhado a CETESB onde a TV SOL UHF elenca vários questionamentos sobre o sistema de coleta, tratamento e distribuição da água captada no rio Jundiaí à CETESB, que respondeu informando que ”a proposta de alteração do enquadramento da Classe 4 para a Classe 3 do rio Jundiaí no trecho entre o município de Indaiatuba até a sua foz, no município de Salto, foi aprovada por meio da Deliberação dos Comitês PCJ nº 261/16, de 16/12/2016, e referendada por meio da Deliberação CRH no. 202 de 24/04/2017, a qual segue vigente até a presente data”.

SAAE NÃO responde aos questionamentos feitos
A mudança na classificação do rio Jundiaí, de Classe 4 para 3, acontece no trecho onde é feita a captação de água pelo SAAE e nas vésperas do pedido de outorga ou autorização para retirada de água, chama a atenção pela coincidência, se é que existem coincidências na política.

Segundo informações da TV SOL UHF, o veículo de imprensa protocolou pedido de esclarecimentos com base na Lei de Acesso a Informações junto ao SAAE, no entanto, a Autarquia até o momento não respondeu aos questionamentos, tornando a situação mais estranha ainda.

Apesar das chuvas as reclamações sobre a água continuam 
Assim como houve mobilização e atos isolados de contratação de laboratório para exame da água, agora moradores, comerciantes e entidades estarão mobilizando-se para levar ao conhecimento do Ministério Público todos os documentos, depoimentos e publicações que constatam a péssima qualidade da água fornecida para a população em meio a anúncios de construção de nova represa para solucionar o velho problema, quando havia sido prometida a segurança hídrica por 30 anos após o investimento de R$40 milhões na barragem do Capivari-Mirim, como afirmado pelo Prefeito Nilson Gaspar(MDB), superintendente do SAAE na época.