Perigos e Vantagens, crianças superexpostas na internet

Ter um canal no YouTube pode gerar frustrações ao pequeno

texto: Evelin Azevedo/infoglobo

Muitas crianças abrem canais nas redes sociais para compartilhar momentos de suas vidas. A pesquisa ‘Geração YouTube’, publicada pela ESPM-SP, analisou 500 canais na rede, dos quais 200 eram apresentados por crianças de até 12 anos. Em 2017, os vídeos produzidos por youtubers mirins receberam 20 bilhões de visualizações.
Se a exposição da criança na internet tem um lado positivo – ela assume papel de protagonista desde cedo, agindo como autora de conteúdos, em vez de apenas espectadora -, especialistas apontam a necessidade de os pais pesarem os prós e contras. Em alguma medida, ser um ‘digital influencer’ pode trazer prejuízos aos pequenos.
“As crianças devem manter a atividade enquanto for divertido. E é difícil manter a diversão pois é preciso ter regularidade, planejamento, roteiro e edição do vídeo. Isso toma um tempo precioso que deveria ser dedicado ao estudo e às brincadeiras” – pondera a educadora Andrea Ramal.
E o sucesso, como diz o ditado, é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo que conquistar seguidores pode elevar a autoestima do youtuber mirim, a fama tem seus reveses. É preciso explicar à criança que o tempo de brilhar talvez não dure tanto.
“É importante ter uma conversa afim de mostrar que a fama é passageira, ainda mais na internet, e que ela não faz ninguém superior. Este tipo de bate-papo evita a frustração da criança” – aconselha Andrea.
Sem falar nos ‘haters’, seguidores sem ‘papas’ na língua para falar mal do conteúdo postado. Aprender a lidar com eles é um desafio para qualquer um. Ainda mais para uma criança!
“Nestes casos, os pais devem aproveitar a oportunidade de ensinar a como lidar com críticas de modo saudável” – aconselha Adriana Cabana, psicóloga e Gerente de Atendimento do Prontobaby.