Faça exercícios para o bem da alma

Atividade física é um aliado para combater a dor e o estresse

texto: Ana Paula Blower/infoglobo  | fotos: divulgação
texto: Ana Paula Blower/infoglobo | fotos: divulgação

Elas não começaram a praticar uma atividade física em busca da medida certa ou de um corpo ideal. A dança ou a corrida, para Maria Helena Leite e Andreia Arvelos, não foi uma escolha com objetivo físico, mas uma necessidade emocional. Assim como elas, para superar momentos difíceis e dolorosos na vida, muitas pessoas encontram no exercício um grande aliado. Não é só uma sensação. Médicos garantem que um corpo em movimento influencia positivamente no bom funcionamento do cérebro, do coração e do sistema respiratório.
Andreia é a prova desses benefícios. Ela perdeu o marido, vítima de um aneurisma, em 2005. Com a morte repentina do parceiro com quem estava havia dez anos, a gerente de departamento pessoal perdeu o prazer de viver. Na corrida de rua, reencontrou uma alegria há tempos perdida.
“Um amigo me convidou para correr e eu topei. Nunca tinha corrido um quilômetro na vida. Em 2006, participei da meia-maratona. Gostei tanto que não parei mais. A vida começou a ter outro sentido.” – comenta Andreia, de 44 anos, que faz ainda natação e hidroginástica.
A escolha dela por uma vida saudável para o coração é indicação unânime entre médicos.
“Qualquer atividade que dê prazer tende a melhorar o todo. Pessoas tristes, com depressão, têm mais chances de ter doenças cardiovasculares e de outros tipos, como pneumonia e infecções. A parte emocional influencia muito na saúde do corpo inteiro.” – diz Ricardo Mourilhe, presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro.
A psicóloga Maria Helena começou a dançar para superar uma separação. Para ela, mais do que um hobby, as aulas de tango são uma paixão.
“A dança diminui o estresse e as preocupações do cotidiano. É uma atividade lúdica que traz leveza e disposição. Quem dança é mais feliz. E como é em grupo, facilita vínculos de amizade e socialização.” – elogia.

Maria Helena e o professor André Carvalho durante aula de tango em espaço de dança
Maria Helena e o professor André Carvalho durante aula de tango em espaço de dança

o poder do cérebro

Quem não gosta de ficar parado sabe a sensação boa que alguns minutos de exercício físico proporcionam. Isso se dá por um mecanismo do corpo que libera hormônios ligados à sensação de felicidade, como a endorfina e a adrenalina. É como se o cérebro recebesse uma injeção de ânimo.
“A pessoa tem uma melhora rápida de bem-estar emocional. É claro que começar é mais difícil, mas quando percebe os benefícios, segue firme em frente. Com a prática de exercícios, você não passa o dia cansado, ganha disposição.” – comenta o neurologista André Lima.
Adepta da atividade física, Maria Helena Leite, de 67 anos, tem aula individual de tango a cada 15 dias e em grupo uma vez por semana.
“Há comprovações científicas que mostram que essas atividades são recursos poderosos na superação de doenças físicas e emocionais. Mas deve-se lembrar que são coadjuvantes nos tratamentos psicoterápicos e psiquiátricos. Os tratamentos são condições para o restabelecimento completo da pessoa, promovendo mudanças importantes.” – lembra a psicóloga, que classifica o tango como uma conexão com o outro e consigo mesmo.