Endometriose: prejudica qualidade de vida da mulher

Atenção aos sinais

texto: Evelin Azevedo/infoglobo | ilustração: divulgação / foto divulgação

Um problema que tem se tornado comum entre as mulheres é a endometriose. O sangue da menstruação se espalha pela cavidade abdominal e é absorvido pelos órgãos, criando vários nódulos. O organismo começa a combater este corpo estranho e inicia um processo inflamatório, que gera muita dor. Este quadro ocorre com cerca de 7 milhões de brasileiras, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde. O assunto, que já se tornou questão de Saúde Pública, foi discutido no simpósio ‘Endometriose e Mioma in Rio’, que ocorreu entre quinta e sábado da semana passada.
Segundo especialistas, a doença vem crescendo por conta das mudanças no modo de vida do sexo feminino.
“As mudanças comportamentais das mulheres, como adiar a gravidez, favorecem o aparecimento e o crescimento da endometriose. A exposição ao estrogênio, também aumentam as chances. Nossa alimentação é muito rica em hormônio feminino” – explica Claudio Crispi, um dos coordenadores do evento.
O diagnóstico da doença costuma ser demorado, já que pacientes e ginecologistas nem sempre estão atentos aos sintomas (veja os principais ao lado).
“Para descobrir a endometriose é preciso fazer ultrassonografia e ressonância magnética especializadas. Se o médico não pensa na possibilidade de a doença existir, não identifica. Na nossa prática, cerca de 30% das pacientes fazem seu próprio diagnóstico e pedem ao médico os exames” – revela Marco Aurélio Oliveira, outro organizador do simpósio.
A endometriose prejudica o funcionamento dos órgãos que afeta e é a causa de metade dos quadros de infertilidade feminina no mundo.

Os diferentes tipos de tratamento

O tratamento da endometriose pode ser com medicamentos ou cirurgia. Apesar de mais invasivo, especialistas recomendam que o procedimento cirúrgico seja realizado, principalmente se a mulher quiser engravidar.
“A cirurgia elimina o foco da doença, e ainda não existe nenhuma medicação que faça isso. O remédio é um quebra galho para a mulher que tem dor, pois impede o avanço do nódulo. Mas eles são à base de contraceptivos e impedem a gravidez” – relata Marco Aurélio.
Claudio Crispi considera um erro, no entanto, submeter a mulher a cirurgias: “deve haver uma remoção completa da doença. Se ficar algum nódulo, ele volta a crescer. Submeter uma mulher a várias cirurgias aumenta as chances de lesões e infecções”.