Agente Newton Ishii é preso pela PF

O agente Newton Ishii, da Polícia Federal, foi preso na terça-feira (7), em Curitiba em cumprimento ao mandado expedido pela 4.ª Vara Federal de Foz do Iguaçu.
Ishii ficou conhecido como ‘o japonês da Federal’ ao escoltar presos e investigados da Operação Lava Jato. Atualmente no cargo de chefe substituto de Operações Especiais da Polícia Federal em Curitiba, ele fica lotado na sede da PF na capital paranaense e é responsável pela logística e escolta de presos. Ele estava trabalhando na terça-feira quando foi notificado da decisão e se entregou espontaneamente.
Diferente dos presos da Lava Jato que ele ajudou a conduzir para a PF em Curitiba ao longo das 30 fases da emblemática operação de combate à corrupção, Ishii está em uma sala separada na sede da Polícia Federal e não na carceragem.
O ‘japonês da Federal’ esteve entre os assuntos mais falados no Twitter na manhã desta quarta-feira (8). O agente virou motivo de memes e piadas na rede. Vários selfies de políticos com o agente federal feitos no passado foram ironizados quarta-feira nas redes sociais, como o dos deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Tiririca (PR-SP). Figura presente nas fotos das conduções de presos da Lava Jato, Ishii ganhou marchinha de carnaval neste ano, boneco de Olinda e máscara de papel.

Contrabando
Ishii foi condenado em 2009 pela Justiça Federal no Paraná por corrupção e descaminho, ao facilitar a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. A condenação foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça em março deste ano, que determinou pena de quatro anos e dois meses de prisão, o que, na prática, permite que ele cumpra sua condenação já no regime semiaberto. O cumprimento da pena, contudo, ainda precisa ser definido pelo juiz de Foz do Iguaçu.
O agente foi um dos 23 policiais federais alvos da Operação Sucuri, deflagrada em 2003 para apurar um esquema formado por agentes da Polícia Federal e da Receita Federal que facilitavam o contrabando de produtos ilegais na fronteira com o Paraguai em Foz do Iguaçu.
Ishii responde a três processos, derivados da Sucuri, sendo um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa.

Homenagem
Enquanto autores de marchinhas de carnaval atualizam letras que tratavam Ishii como herói, convertendo-o agora em alguém que se “deu mal”, a Federação Nacional dos Policiais Federais divulgou terça-feira (7) nota de apoio ao agente. A entidade se diz “surpresa” com a prisão dele, alegando que ainda há recursos possíveis e afirma ainda que vai apoiá-lo no que for necessário. “Estamos lutando para que se faça justiça ao Newton e sua família, posto que ele já vem sendo punido injustamente há muitos anos, mesmo após árdua luta para provar sua inocência”, afirma o presidente da Fenapef, Luís Boudens. Procurado, o advogado de Newton Ishii não foi localizado.