Os cinco mais de 2015

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Entre luzes e vulcões, Islândia é a preferida

Agora mesmo, há um vulcão em erupção por lá, o Bardarbunga. O magma vermelhão cuspido às alturas pela cratera disputa a primazia colorida com as luzes da aurora boreal, que tingem o céu de matizes variadas até março ou abril. Com natureza peculiar e clima ímpar, a Islândia, um inóspito pedaço de terra solto no Atlântico Norte entre a Grã-Bretanha e a Groenlândia, começa a despertar a curiosidade dos brasileiros. E ficou isolada em primeiro lugar entre os destinos turísticos para visitar em 2015 na votação anual do Viagem.
Dos sete jurados, seis votaram na ilha como um dos lugares no mundo que merecem ser vistos em 2015. Fácil entender: tanto o governo islandês quanto os operadores de viagens têm mostrado empenho em divulgar a Islândia, que começa a se recuperar economicamente depois da quebradeira de seu sistema bancário, em 2008.
“É quase um outro mundo, com aurora boreal no inverno, sol da meia-noite no verão e belíssimas cachoeiras”, disse um dos jurados, Guilherme Padilha, presidente da associação de turismo de luxo Brazilian Luxury Travel Association e CEO da operadora Auroraeco. Outro operador, Tomas Perez, CEO da Teresa Perez Tours, afirmou ao Estado em setembro que a procura pelo destino em sua empresa cresceu 40% no ano passado. Para quem gosta de ir antes de todo mundo, a hora é agora.
As escolhas foram feitas a partir de uma lista inicial de 20 destinos – metade no Brasil, metade no exterior -, que levou em conta efemérides, melhorias na infraestrutura turística, boa relação custo-benefício em tempos de dólar alto e até o boca a boca positivo pós-Copa que andou colocando São Paulo no horizonte de muitos estrangeiros (e mesmo brasileiros) que não tinham o hábito de pensar na cidade como um lugar para férias. Na nossa eleição, a capital paulista conquistou cinco votos e empatou, em segundo lugar, com Chile, Estrada Real e Sudeste Asiático.
Lisboa e Tallin, na Europa, e os brasileiros Galinhos e São Miguel do Gostoso, Bonito e Alter do Chão, com quatro votos cada, fecham a nossa lista de dez destinos para visitar em 2015. Aqui você descobre os bons motivos que cada um deles tem para merecer sua atenção nesse ano – cheio de feriados, vale lembrar. Serão nove nacionais (sem contar Natal e ano-Novo, que caem em sextas-feiras), mais um estadual para os paulistas, em 9 de julho. Não vai faltar tempo para viajar – a lista de desejos para 2015, a gente ajuda a fazer.

Islândia
Se estivesse hoje na Islândia, você teria a oportunidade de admirar a aurora boreal, fenômeno associado ao sol que tinge de verde, roxo, branco e outros tons os céus da região do Círculo Polar Ártico durante o inverno do Hemisfério Norte, em uma temporada que vai de outubro a março.
Poderia também flagrar mais um dos arroubos temperamentais do vulcão Bardarbunga, que, em erupção desde agosto, vem expelindo lava, fumaça e cinzas pela cratera do vulcão vizinho, o Holuhraun – é possível ver o rio de magma descendo a montanha. E que, segundo prevê o site oesta.do/vulcaoislandia, que acompanha diariamente a situação dos vulcões, deve continuar ativo por muitos meses ainda.
Isso somado ao fenômeno do sol da meia-noite, no verão, as cachoeiras imponentes e improváveis, gêiseres explosivos e piscinas termais de cor turquesa compõe um mosaico de motivos expressivos para você visitar a Islândia. Primeira colocada isolada na nossa votação anual, a cada ano a ilha incrementa o número de visitantes – passou de 400 mil em 2006 para 800 mil no ano passado. E vem investindo em novidades.

 

Chile
Vinhos, deserto no norte e glaciares no sul, mais de quatro mil quilômetros de extensão espremidos entre o Oceano Pacífico e a Argentina. E, em 2015, um evento esportivo, a Copa América de futebol, que, para o jurado e colunista do Viagem Ricardo Freire, “talvez seja um argumento para mulheres convencerem seus namorados, maridos e companheiros” a fazer as malas e ir conhecer o Chile, que obteve cinco votos na escolha dos destinos para 2015.
O primeiro lote de ingressos para as partidas da Copa América já esgotou. A segunda etapa está prometida para breve no site oficial do torneio, o ca2015.com/pt.
Quer conciliar os programas essenciais do Chile às cidades-sede dos jogos? Antofagasta está 215 quilômetros a sudoeste de Calama, ponto de partida para ir a San Pedro de Atacama. É possível seguir de ônibus (a cada duas horas) ou alugar carro ou jipe. Lá, contrate passeios para ver gêiseres e o Salar de Tara.
Na divertida e culturalmente ativa capital, o Brasil joga pelo menos duas vezes, em 17 e 21 de junho. Além de todo o entorno do Palacio de la Moneda, no centro, os bairros Bellavista, Providencia e Las Condes merecem visita.

 

São Paulo
O ano de 2014 assistiu a uma goleada de São Paulo. Patinho feio do turismo brasileiro por excelência – como competir com Rio, Salvador, Foz do Iguaçu ou com a Amazônia? -, a capital paulista fez bela figura na Copa do Mundo de futebol. Recebeu 68,94% dos visitantes do Mundial, de acordo com a SPTuris, a empresa municipal de promoção turística, contra 5,25% do Rio e 5,11% de Minas. Quem veio, gostou: 81,4% avaliou a cidade com notas positivas.
Poucas semanas antes do começo da Copa, em abril, São Paulo já tinha sido considerada o melhor destino de viagens do Brasil no ranking anual Traveler’s Choice da comunidade virtual TripAdvisor, a maior do planeta. Durante os jogos, transporte e segurança fora do estádio foram eleitos os melhores da competição pela Fifa. É verdade que os turistas estrangeiros deram preferência à Vila Madalena, boêmia há bastante tempo e que, hoje, passa por um processo acelerado de elitização. Mesmo assim, a fileira de bares das ruas Fidalga, Aspicuelta e adjacências (como Filial e São Cristóvão) segue com público cativo. Ainda tem grife – Ronaldo Fraga (ronaldofraga.com.br) -, loja de brinquedos de madeira – Pindorama (pindoramabrinquedos.com.br
-, restaurantes de chefs como Andrea Kaufmann, do AK Vila (akvila.com.br). E centros culturais alternativos, a exemplo do Rio Verde (centroculturalrioverde.com.br), com programação de música independente.

Turistas estrangeiros adoram visitar a boêmia Vila Madalena
Turistas estrangeiros adoram visitar a boêmia Vila Madalena

ESTRADA REAL
Mais de 1,6 mil quilômetros de um percurso único, que combina quatro séculos de história, natureza exibicionista, gastronomia aconchegante e aventuras atemporais para todo tipo de viajante. A Estrada Real atravessou séculos vendo cargas de ouro e diamante do interior de Minas Gerais seguir rumo ao litoral fluminense. Hoje, o que se vê é uma estrutura respeitável, pronta para receber cada vez mais visitantes em uma experiência sem paralelos no Brasil.
A maneira de explorar esses caminhos fica a seu critério. Em 2014, 55% dos turistas fizeram o percurso em veículos 4X4, 25% de bike e 5% usaram motos. Caminhada foi opção para 15% dos viajantes. Também é bom ter em mente que não é preciso (nem recomendável) percorrer toda a rota de uma só vez. A ideia é aproveitar a Estrada Real por partes, parando em cidades históricas, vilas rurais e desfrutando de cada um dos três grandes trechos. O Caminho Velho vai de Paraty a Ouro Preto; o Caminho Novo liga o Rio de Janeiro a Ouro Preto e o Caminho dos Diamantes, Ouro Preto a Diamantina.
A maior parte do trajeto é por estradas de terra, serpenteando por entre serras e vales. Fique tranquilo: não dá para se perder, são 1.926 marcos de concreto e 726 placas, todas com a manutenção em dia, feita pelo Instituto Estrada Real. Fundado em 1999 pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, o órgão conseguiu colocar para funcionar turisticamente o percurso histórico que hoje contempla 199 municípios mineiros, paulistas e fluminenses.

 

SUDESTE ASIÁTICO
Em 2015, o Sudeste Asiático deve entrar no radar dos brasileiros não só pela beleza das paisagens e das construções milenares, pelas cores, templos, pela cultura particular e a caudalosa e picante gastronomia. A região deve atrair mais turistas também pelo que não tem: preços do dia a dia em dólares. Com a moeda americana há meses ao redor de R$ 2,50, o quarteto formado por Tailândia, Camboja, Laos e Vietnã, roteiro básico vendido pelas operadoras no Brasil, pode representar uma opção de férias abordável.
Na Tailândia, por exemplo, uma porção do prato típico pad thai custa, em média, R$ 4. Em Ho Chi Minh, no Vietnã, é possível dormir em um hostel por cerca de R$ 30 por noite. “Com a alta do dólar, o Sudeste Asiático voltará a ser um dos destinos internacionais mais atraentes”, avalia Ricardo Freire, colunista do Viagem.
Embora não seja rápido, chegar lá, hoje, é bem fácil. As empresas que têm seus hubs no Oriente Médio, como Emirates, Etihad e Qatar Airways, e ainda a Turkish, são as opções mais convenientes, com passagens de ida e volta a partir de US$ 1.250 – para viajantes independentes, esta será a parte mais cara da viagem. Na CVC (cvc.com.br), o pacote de 14 noites com aéreo, hospedagem e 12 refeições custa desde US$ 3.973, em abril. A Raidho (raidho.com.br), que leva brasileiros à região desde 1990, tem roteiro de perfil mais exclusivo, de 16 noites, desde US$ 4.880 por pessoa, sem aéreo.
Importante é prestar atenção à época do ano para escapar das monções, de maio a outubro. Agora, e por quase todo o primeiro semestre, o tempo é mais seco. E o calor dura o ano todo.

No Sudeste Asiático, a Tailândia é uma ótima opção de turismo
No Sudeste Asiático, a Tailândia é uma ótima opção de turismo