Vacina de Oxford contra Covid é segura | Estudo de fase 2

8 - Vacuna

Vacina mostrou segurança e induziu uma forte resposta imune em idosos

A vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca contra a Covid-19 mostrou segurança e induziu “uma forte resposta imune” em idosos durante a fase 2 de testes, aponta um estudo publicado ontem (19) na revista científica ‘The Lancet’, uma das mais importantes do mundo.

A vacina de Oxford é uma das quatro que estão em testes de fase 3 no Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. Em agosto, o governo federal disse que iria investir R$ 1,9 bilhão para produção de 100 milhões de doses. No começo desse mês, a Fiocruz anunciou um cronograma de produção e distribuição do imunizante no Brasil.

Os resultados preliminares dos testes já haviam sido divulgados no final de outubro, mas a publicação na revista significa que eles foram validados por outros cientistas (passaram pela chamada “revisão por pares”, ou “peer review”, em inglês). Esse passo é necessário para que qualquer estudo científico seja publicado em uma revista.

A vacina, cujo nome oficial é ChAdOx1 nCoV-19 (ou AZD1222), foi testada em 560 participantes, incluindo 240 pessoas com mais de 70 anos. A fase 2 dos testes verifica a segurança e a capacidade do imunizante de gerar uma resposta do sistema de defesa. E é feita com centenas de voluntários.

O coautor do estudo, Maheshi Ramasamy, disse que o resultado em idosos é encorajador. “As respostas robustas de anticorpos e células T vistas em pessoas mais velhas em nosso estudo são encorajadoras. Esperamos que isso signifique que nossa vacina ajudará a proteger algumas das pessoas mais vulneráveis da sociedade, porém mais pesquisas serão necessárias antes que possamos ter certeza.”

Destaques
• O estudo de fase 2 foi feito no Reino Unido e envolveu 560 adultos saudáveis – 160 com idades entre 18 e 55 anos, 160 com idades entre 56 e 69 anos e 240 com 70 anos ou mais.
• Resultados mostram que a vacina é bem tolerada em pessoas mais velhas em comparação com adultos mais jovens.
• A vacina produz uma resposta imune semelhante em idosos e adultos jovens.
• As reações adversas foram leves. As mais comuns: dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, febre e dor muscular.
• Os efeitos adversos foram menos comuns em idosos do que em adultos mais jovens.

Segurança e resposta imune
No estudo, os 560 participantes saudáveis foram divididos em dez grupos onde receberam a vacina em dose baixa ou padrão, ou uma vacina de meningite (o grupo controle). Os participantes com mais de 55 anos foram divididos em grupos e receberam uma dose da vacina, ou duas com 28 dias de intervalo.

O objetivo principal foi avaliar a segurança e a resposta imune da vacina, sobretudo em idosos. Segundo os pesquisadores, reações adversas como dor de cabeça, dor muscular, febre, foram comuns em adultos com menos de 55 anos. Ou seja, a vacina da Oxford parece ser melhor tolerada em pessoas com mais de 56 anos.

Sobre a resposta imune, o estudo observou que ela foi semelhante em todas as faixas etárias após a segunda dose. “As respostas de anticorpos foram induzidas em todas as faixas etárias e foi reforçada e mantida 28 dias após a vacinação de reforço, incluindo o grupo com 70 anos ou mais”, diz o documento.

Pesquisadores apontaram a falta de voluntários acima de 80 anos, e exclusão de doenças crônicas como limitação do estudo.

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