Quimio pode ajudar os portadores de lúpus

Em doses mais baixas, medicamentos quimioterápicos usados no combate ao câncer podem ajudar pacientes que convivem com o lúpus. A cantora americana Selena Gomez, de 23 anos, revelou que cancelou turnês em 2013 para se submeter à quimioterapia, após ter recebido o diagnóstico da doença. Caracterizado pela hiperatividade do sistema imunológico, que passa a atacar o organismo, o problema atinge aproximadamente 200 mil pessoas no Brasil.
De acordo com o reumatologista Roger Levy, quimioterápicos agem como imunossupressores no tratamento do lúpus, para diminuir a reação da imunidade. Eles são indicados, principalmente, para pacientes com uma forma mais grave da doença (cerca de um terço do total), que fica em atividade persistente.
“Nesse grupo, é difícil interromper o uso de cortisona, que pode causar sérios efeitos colaterais a longo prazo. O imunossupressor potencializa o efeito da cortisona, então podemos administrar só o mínimo necessário ao paciente”, explica o médico, professor de Reumatologia da Uerj, acrescentando que o tratamento ainda inclui a cloroquina, remédio que reduz a atividade da doença.
Os quimioterápicos podem ser tomados via oral, em casa, ou via venosa, em um centro de infusão. Dependendo do caso, é necessário o afastamento do trabalho, já que a queda da imunidade pode colocá-la em risco por estar exposto a infecções.
“É uma terapia mais intensa para uma forma mais intensa da doença”, afirma.
O tratamento do lúpus é feito a vida toda, com consultas médicas periódicas. Além dos pacientes graves, cerca de um terço tem uma crise inicial e depois manifesta uma forma branda da doença, e outro um terço alterna períodos de crises e inatividade.

11---Lupus