Pré-estreia é na quarta-feira, dia 1º – logan

Hugh Jackman se despede do personagem Wolverine

Logan é ambientado em um futuro próximo, quando Wolverine está mais velho e sem a mesma capacidade de regeneração de outrora divulgação
Logan é ambientado em um futuro próximo, quando Wolverine está mais velho e sem a mesma capacidade de regeneração de outrora
divulgação

O pingado fez efeito. Hugh Jackman chegou a São Paulo na manhã de domingo (19). O ator veio direto de Berlim, cujo festival de cinema apresentou o mais novo filme do australiano de 48 anos, Logan, a nona e última aparição de Jackman como Wolverine.
O protagonista do longa que estreia em 2 de março publicou um vídeo em suas redes sociais no qual avisava aos fãs que estava na cidade e experimentava um café. Pela expressão de vibração ao levar a xícara na boca, ele gostou bastante. Pelo pique exibido horas depois, a cafeína fez efeito.
Jackman não está em São Paulo para tomar cafezinho – ou, pelo menos, não só para isso. Em uma rotina digna de estrela da música, na qual as horas de sono são gastas em aviões transatlânticos, o ator corre o mundo para divulgar seu personagem mais antigo. Poucas horas depois de aterrissar no país, ele já estava diante da imprensa de toda a América Latina, em um hotel na zona sul da cidade, para uma Coletiva de Imprensa.
“Obrigado”, dizia ele em português, a cada momento que lhe parecia oportuno. Também elogiava as questões que lhe eram feitas, fossem elas sobre os gêneros que inspiraram o filme (faroeste e road movies) até sobre o que sentia ao se despedir de um personagem que o acompanhou por tanto tempo. “Não estou me despedindo de Logan”, diz Jackman. “Tenho a impressão de que ele sempre estará comigo.”
Já sem o curativo que usava ao desembarcar – ele está tratando um câncer de pele benigno -, Jackman era só sorrisos. Afinal, desde 2000, quando foi chamado às pressas para ocupar a vaga então de Dougray Scott no filme X-Men, de Bryan Singer, ele é o rosto do Wolverine. A identificação desde então é tamanha que nem mais a altura do ator, 1,88 m, é problema para um personagem que nas HQs, é famoso pela baixa estatura. Os urros selvagens na tela e a simpatia fora dela garantiram um longo casamento entre Jackman e Logan, o mais famoso mutante entre os X-Men.
A união chega ao fim com Logan, um filme de John Mangold, o mesmo de Wolverine: Imortal, de 2013, a segunda aventura solo do personagem. Quando Jackman assumiu o papel do mutante de garras afiadas, heróis estavam em baixa no cinema. Algo que mudou significativamente, basta perguntar e olhar a conta bancária de Robert Downey Jr., o Homem de Ferro nos cinemas. “A Comic Con de San Diego, quando começamos, deveria reunir 15 mil pessoas. Agora, são 500 mil. Os heróis são uma parte importante da indústria do entretenimento. E tudo isso começou com X-Men.”
Jackman elogia o trabalho de Singer naquele filme que iniciou essa nova fase dos heróis nas ‘telonas’. E ele diz que o sucesso da franquia e de outras que vieram depois foi pela humanização dos personagens, por mais fantasiosas que as histórias fossem. “Nos sets de X-Men, Bryan vetou todas as histórias em quadrinhos. Ele dizia que estávamos fazendo um filme sobre pessoas, sobre discriminação. Tentamos fazer isso também em Logan.”
O novo longa do Wolverine se passa em 2029 e os mutantes estão quase extintos. O personagem está naquilo que Jackman chama de ‘inverno de sua vida’, com poderes de cura comprometidos, cabelos grisalhos e cicatrizes pelo corpo. “Esse filme é sobre envelhecer, sobre a morte, sobre família, sobre riscos.”
Prestes a deixar a franquia dos X-Men de vez, Jackman chama Wolverine pelo nome civil, de Logan. E isso ajuda a entender o motivo pelo qual o longa segue um caminho de humanizar ao máximo um dos mais queridos personagens das HQs.