Pesquisa revela hábitos sobre a saúde dos alunos no país

A gravidez na adolescência está ligada à Educação Sexual

texto: Elisa Clavery  | foto: divulgação
texto: Elisa Clavery | foto: divulgação

Consumo de drogas, alimentação, prática de atividades físicas e vida sexual de estudantes da rede pública e privada do ensino fundamental foram destrinchados na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), divulgada pelo IBGE. Os hábitos destes jovens, se comparados à pesquisa anterior, de 2012, pioraram ou melhoraram pouco. Isso levanta o debate sobre a saúde dos adolescentes e, a longo prazo, as consequências para a vida adulta.
“Avançamos pouco. Se o adolescente não formar hábitos saudáveis, vai se tornar um adulto doente. Alcoólatra, com problemas de fígado, maior probabilidade de ter câncer, obeso, com problemas cardíacos, depressão.” – avalia a professora e pediatra do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (Nesa) da Uerj, Evelyn Eisenstein, que acredita que o resultado mostra pouca eficácia nas políticas públicas: “a culpa não é do adolescente, a gente já sabe que é uma fase de experimentação”.
Apesar de o consumo de cigarro ter uma pequena queda, o de bebidas alcoólicas aumentou. E um a cada cinco jovens teve, pelo menos, um caso de embriaguez em 2015.
“O cigarro tem sido enfrentado como um mal no Brasil, e isso teve êxito. Já o álcool não sofre essas campanhas de conscientização. Nos adolescentes, o consumo precoce é muito prejudicial, estimula o vício logo cedo.” – diz o pesquisador Marco Andreazzi, gerente da PeNSE.
Sobre gravidez na adolescência, o pesquisador diz que o resultado pode estar ligado à educação sexual: “há uma relação entre informação e casos de gravidez. Onde ela é um pouco menor, normalmente Norte e Nordeste, há risco maior de gestação na adolescência”.
Já com relação à atividade física, um dado chamou atenção: a taxa de meninas ativas (25%) é muito menor que a de meninos (44%).
“Existe uma cultura discriminatória, não igualitária. A garota vai dançar balé, brincar de boneca. Isso há 40, 50 anos. Ou o Brasil muda e investe em saúde ou vai pagar pelo custo da doença na vida adulta.” – alerta Evelyn.

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