O ‘X’ da questão

A Classe X é baseada na Frontier, da Nissan

As estradas estreitas ao pé da Cordilheira dos Andes e algumas vinícolas chilenas foram o cenário para conhecer a Classe ‘X’, primeira picape média da Mercedes-Benz. Importado da Argentina, o modelo chegará ao Brasil em 2018. O preço ainda não foi definido, mas ficará acima dos de veículos de mesmo porte à venda no país. Atualmente, as versões de topo de Hilux, Ranger ou S10 têm preço em torno de R$ 180 mil.
A Mercedes pretende oferecer as três configurações disponíveis – Pure, Progressive e Power – no país. Porém, a mais simples (Pure) ainda está em estudo, pois tem rodas de aço e é voltada ao trabalho.
A Classe ‘X’ é baseada na Frontier, da Nissan, marca com a qual a montadora alemã tem uma parceria. Apesar disso, pouco foi aproveitado pela Mercedes efetivamente. A carroceria guarda partes iguais na tampa da caçamba e na seção central.
O resto foi reprojetado pelo time de design da Mercedes, com a meta de aumentar as proporções do veículo. Na parte estrutural, o chassi é o mesmo, mas recebeu reforços para entregar maior rigidez, alterando a torção em piso irregular. As suspensões mantêm a mesma arquitetura, com double wishbone na frente e eixo rígido com braços arrastados atrás, mas os eixos cresceram 7 cm, o que aumentou a largura da picape.
Segundo informações da Mercedes, isso melhorou o espaço interno para os ombros dos ocupantes. Ainda assim, viajam com conforto, como nas outras picapes médias, apenas quatro adultos. Quem vai no meio do banco de trás é prejudicado pelo túnel central e pela saída de ar-condicionado.
Para todas as versões, há controle de estabilidade, sete airbags, assistentes ativos de frenagem e de sinais de trânsito, alerta de manutenção em faixa, monitoramento da pressão dos pneus, controle de velocidade de cruzeiro e câmera de ré. A avaliada, a X 250 da Power, adiciona a esse pacote faróis com fachos alto e baixo de LED, sensor de chuva, ar-condicionado com duas zonas, partida por botão, retrovisores com rebatimento e bancos com ajuste elétrico, entre outras comodidades.
O painel tem uma faixa cromada, que dá ao interior um ar futurista e combina com o visual externo. A dianteira do veículo consegue mesclar a classe dos Mercedes com a aparência de ‘durona’ que se espera de uma picape graças à grade com barras mais largas. A traseira é bastante simples, mas tem um ar moderno.
Os pênaltis do modelo são a chave, o seletor da tração 4×4 e os botões iguais aos da Frontier. Esses itens não aparentam a qualidade do resto da cabine.

Peças herdadas da Frontier, como botões de bloqueio de diferencial, destoam do padrão de acabamento

Por José Antonio Leme/Agência Estado | Foto: Divulgação